A espiritualidade permeia
compulsivamente a sociedade pós-moderna, do qual fazemos parte. Talvez se deve ao fato de que o stress
resultante da velocidade tecnológica
tenha contaminado a alma o ser humano criando um vazio que para ser
preenchido precisa buscar a espiritualidade. Na idade moderna ocorria o
contrário, o homem na busca da industrialização e do iluminismo se tornava
cético e intelectual. Hoje o ser humano é prático e espiritual. A
espiritualidade da qual nos referimos, porém, pode não ser a espiritualidade
conforme os paramentos cristãos. Portanto é preciso analisar com cautela o que
está por trás dos movimentos espiritualistas. Fixação por Lugares sagrados,
pedras imantadas, cones, objetos, amuletos e façanhas parapsicológicas têm
desenhado um perfil bem característico do mundo hodierno. Ocorre que, essa
espiritualidade nem sempre coaduna com os parâmetros do verdadeiro
cristianismo. Mesmo no meio evangélico, têm surgido movimentos estranhos que
podemos classificar como frenesi para fugir dos enfrentamentos da vida. É uma
folha de arruda para imunizar do mal olhado. É um banho de óleo ungido para dar
sorte. Sal de Israel e outros “objetos sagrados”. Como se tudo isso não
bastasse agora já temos o culto dos anjos. Os anjos não são para serem adorados,
mas atualmente em algumas Igrejas a fixação por anjos tem suplantado o nome de
Jesus. Paulo em tessalonicenses rejeita o culto de anjos dizendo que os que
praticam tais coisas estão inchados em sua carnal compreensão e falam de coisas
que não sabem. Outro movimento que tem perturbado muitos segmentos é o G12 ou
M12. Os líderes são endeusados como patriarcas do estrelismo apostólico
transmissores de unção apostólica. A teologia ensinada por eles é capenga, não
passa no crivo do Novo Testamento. Jesus disse que o Reino de Deus está dentro
do verdadeiro crente e ele não tem que buscar unção de apóstolo nenhum. Nesses
movimentos a regressão é uma sessão secreta, mas bem conhecida. Por exemplo: o
crente que passa pela sessão é manipulado por um líder treinado em parapsicologia
que induz a pessoa a dizer que quando era bebê mordia o peito da mãe. Quando
tinha 3 anos mordi meu irmão, com cinco chutei a canela da minha vó. Com sete joguei
pedra no vidro do vizinho. Com doze demorava no WC e outras confissões esdrúxulas
que não convém assinalar aqui. Depois o líder da célula escreve tudo num papel
e queima e diz agora você é um novo crente. Um crente de verdade. Está
completo, perdoado. Esses movimentos discriminam crentes internos em duas
facções, os que fizeram o encontro e os que não fizeram. Os que não querem
fazer são incrédulos e rebeldes.
Outra asneira que perturbou muito o
meio pentecostal, mas agora está saindo de moda é o cair na unção. Em toda a
Bíblia os maiores homens de Deus jamais caíram para trás. Eles sempre caíram de
joelhos, prostrados. A palavra cair na Bíblia tem conotação pejorativa. Cair da
graça. Cair no laço, cair em pecado, cair no engano, cair na dissolução. Deus
nunca incentiva os homens caírem, mas levantar. Levanta-te e falarei contigo.
Levanta-te e resplandece. Jamais a bíblia incentiva alguém cair. Esta prática
parapsicológica que induz a queda nada tem a ver com a unção ou ao poder de
Deus. Pelo contrário. As quedas dividem os crentes que caem e os que não caem.
Os que caem são espirituais, os que não caem são incrédulos, insensíveis. Os
que administram a queda com empurrões ou sopro são super espirituais. Super
heróis do movimento “pentecostal”. A queda nada edifica, pois, está provado que
os que caem não melhoram em nada suas vidas, inclusive o caráter cristão não
melhora. Numa pesquisa está provado que piora o caráter cristão. Ninguém depois
de uma queda teve sua vida transformada para melhor.