sexta-feira, 29 de julho de 2011

Espiritualidade

A ESPIRITUALIDADE DE JESUS

O ponto mais alto da espiritualidade judaica era o zelo extremado com os detalhes rituais da liturgia veterotestamentária. O estereótipo religioso, como vestimentas, textos bíblicos escritos na testa e nos braços, bem como o ato de lavar as mãos antes das refeições; eram cuidados especiais que denotavam uma verdadeira espiritualidade. A concepção de espiritualidade adotada pelos judeus esbarrou muito com a espiritualidade de Jesus, pois esse não mediu a espiritualidade de alguém pelo perfil que os religiosos adotavam naquela época. Para o judaísmo havia um maniqueismo religioso que separava atitudes sociais de atitudes espirituais. Fazer compras ou passear seria para o judeu uma atitude carnal, já caminhar para o templo recitando trechos da bíblia seria uma atitude totalmente espiritual.

Jesus foi questionado por uma mulher sobre a dimensão geográfica da espiritualidade, mas para sua surpresa, ela aprendeu que a verdadeira espiritualidade deveria transpor a dimensão geográfica, bem como o êxtase religioso momentâneo. Jesus afirmou categoricamente para a mulher que foi evangelizada no poço de Samaria que a verdadeira espiritualidade não estaria nem no monte gerezim, nem em Jerusalém, mas sim num coração sincero que quisesse adorar a Deus em espirito e em verdade. Para Jesus não importa onde se vai, mas como se vai. Alguém pode estar indo á Igreja com uma atitude que não glorifica a Deus, enquanto alguém pode estar indo para a sorveteria com sua família de uma forma que as pessoas ao observarem a atitude dessa família ficariam admiradas com a educação, cordialidade, respeito e testemunho cristão que deveria ser peculiar das pessoas que se dizem seguidoras de Jesus. Para Jesus a verdadeira espiritualidade tem tudo a ver com nossos atos singelos de solidariedade e altruísmo. Conforme a declaração de Zaqueu que ao ter um encontro com Jesus expressou fervorosamente. “Tenho dado metade dos meus bens aos pobres, se tenho roubado alguém restituirei quatro vezes mais...” Jesus sabia que o propósito fervoroso de Zaqueu era sincero. Não como o fervor do povo de Israel que ao contemplar o monte fumegar exclamou:...”Tudo que o Senhor mandar faremos...” no entanto, alguns dias depois, ao perceber a ausência do profeta, fizeram bezerro de ouro, prostrou diante dele como sendo seu deus. Não como o fervor do jovem que queria seguir Jesus, mas ao perceber que Jesus não tinha onde reclinar a cabeça desistiu minutos depois.

Quantas pessoas nos dias atuais têm procurado uma espiritualidade momentânea, mas vindo as lutas ou dificuldades, elas se tornam queixosas da sorte. Quantas pessoas têm ostentado uma espiritualidade de aparência, enquanto Jesus foi elogiado por um rabino declarando abertamente sua sinceridade - “... sabemos que tu és mestre, vindo de Deus e não olhas para a aparência, mas julgas retamente...” Muitas pessoas tem se apresentado nos cultos com um perfil espiritual de chamar atenção das pessoas, mas será que essas pessoas tem tido um perfil espiritual no dia a dia com a família, com os colegas de trabalho ou de escola.

Certa feita eu estava pregando em uma Igreja e do meu lado esquerdo havia um diácono que gritava glória a Deus bem alto, a ponto de me atrapalhar o raciocínio. Aquilo me causou um mal estar e derepente eu disse: algumas pessoas são espirituais na igreja, dando glória Deus alto, mas em casa Deus não é glorificado com suas atitudes. Essas pessoas muitas vezes são péssimas como pais de família. Quando eu disse essas palavras, aquele Diácono parou de glorificar a Deus e isso até o fim do culto. Ao terminar o culto a esposa do pastor daquela Igreja me disse: pastor! Este irmão que estava dando glória a Deus alto é um péssimo marido, sua esposa sempre está reclamando do seu machismo e de sua truculência dentro do lar. Na verdade eu não conhecia o irmão, mas minha colocação caiu como uma luva para aquele indivíduo. É verdade que Jesus valorizou o ritual sincero, valorizou o fervor momentâneo no culto, pois ele mesmo glorificou ao pai, ele foi batizado num ritual religioso judaico de purificação. Mesmo sendo ele o salvador-convinha que se cumprisse às escrituras. João viu uma pomba representando o Espirito Santo, a voz do pai foi ouvida. O povo glorificava a Deus quando Jesus operava milagres. Os crentes falavam em línguas no dia do pentecostes. Tudo isso faz parte da espiritualidade e Deus exige de nós. No entanto essas atitudes de espiritualidade nem sempre denotam o conceito verdadeiro de espiritualidade. Para Jesus a espiritualidade esta no culto, mas ela continua no trabalho, na escola, na rua e em casa. Tudo que fazemos na definição de Jesus deveria ser encarado como espiritualidade. Os rabinos por encarar a refeição como um ato carnal e ganancioso, lavavam as mãos repetidamente por sete vezes, recitando salmos para mostrar que eram comilões, mas espirituais. A Igreja medieval encarando o sexo como um ato carnal e diabólico, chegou ao absurdo de proibir o casamento para sacerdotes e ainda ensinou a grande heresia de que o sexo deve ser exercitado só para a procriação. Jesus ensinou que a verdadeira espiritualidade vem de dentro para fora e que qualquer ato que fazemos deveria ser encarado como sendo espiritual, pois tudo vem de Deus. Se me divirto com modéstia e respeito ao próximo, isso deve ser encarado como espiritual, se trabalho para sustentar minha família, isto deve ser encarado como espiritual, pois tudo vem de Deus, a saúde, o pão de cada dia, os livramentos, a adversidade e a vitória vêm de Deus.

Quando pratico atos de solidariedade sou espiritual, se caminho para igreja, sou espiritual, se caminho para escola, sou espiritual, pois lá me comporto como cristão e muitos vêem em mim, atitudes que glorificam a Deus, portanto me torno espiritual.

Eu conheci um crente que trabalhou comigo quando eu servia a Marinha do Brasil no Rio de Janeiro. Este era um crente fervoroso, todo dia de manhã ele dizia: o culto ontem foi uma benção, e isto ele dizia bem alto para todos ouvirem. Aquele irmão falava de Jesus, falava do evangelho, cantava hinos nos corredores do quartel. No entanto eu observava que aquele irmão tinha um comportamento bastante mesquinho em relação ao próximo. Toda a vez que alguém precisava de um favor dele, dizia: não posso, vai me incomodar, não tenho, vai me lesar. Aquele militar cujo estereotipo religioso já era bem conhecido no quartel, volta e meia passava alguém para trás com suas atitudes de furar fila, deixar de cumprir suas obrigações, sobrecarregando os demais etc. Um dia algo me chamou bastante atenção numa de suas atitudes, não que eu me considerasse mais santo do que ele, mas foi algo que me incomodou. Mesmo com todas as minhas falhas. Ele estava terminando de almoçar no interior do refeitório e ao lado do seu prato havia duas bananas que fora servido como sobremesa. E como no quartel, quem chega atrasado ás vezes perde a sobremesa, eis que um militar assentou do seu lado e pediu-lhe uma banana, em virtude de ter acabado todas as bananas. Ao ser abordado pelo colega que não era de sua religião, o referido irmão fervoroso retrucou: não vou te dar nenhuma banana, pois você sabe muito bem que na Marinha quem chega por último, perde a sobremesa. Mas o colega insistiu dizendo: e aquele versículo da bíblia que nos ensina a repartir o pão. Pois que eu saiba, você é um cristão. O irmão fervorosamente treplicou: a bíblia ensina a repartir o pão, não a banana. O “ímpio” emudeceu, engoliu a seco e ficou sem a sobremesa, enquanto o “espiritual” comia as bananas despreocupadamente.

O grande pacifista Mahatima Gandi, libertador da Índia, sendo conhecedor das escrituras sagradas, principalmente o Novo Testamento, mesmo não sendo seguidor do cristianismo, ficava impressionado com a atitude de alguns cristãos. Especialmente quando morou na Inglaterra, onde estudou Ciências Jurídicas. Ao passear num final de semana em frente de uma Igreja protestante histórica. Ouvindo o belo som musical de louvor a Deus, resolveu entrar pela primeira vez numa Igreja cristã, já que os ensinos de Jesus o haviam causado boa impressão. Mas para sua surpresa, ao tentar entrar pela porta principal, foi barrado e impedido pelo diácono, que justificou o impedimento de entrar no culto, em razão da sua cor de pele ser morena. Um dia, quando morava na África do sul, foi empurrado da calçada para a rua por um religioso que vinha de um culto fervoroso, pelo fato de haver naquele país o costume de que um homem de pele morena jamais poderia andar numa calçada naquela cidade. Pois segundo os habitantes daquela cidade, os negros e morenos deveriam caminhar pela sarjeta, correndo o risco até de serem atropelados.

A verdadeira espiritualidade cristã foi tão deturpada ao longo dos anos que muitos países que poderiam se tornar cristãos optaram pelo islamismo, budismo, hinduismo e outros segmentos religiosos. A Índia é um grande exemplo disso, caso o diácono deixasse Gandi adentrar no templo, e caso ele se convertesse, poderia ganhar toda Índia para Jesus.

No século XIX, muitos “avivalistas” da Europa e América do Norte, que se diziam tão espirituais, não moveram uma palha para combater a segregação racial, bem como a injustiça e humilhação pelas quais passaram os negros. Aliás, muitos deles tinham até escravos que os carregavam nas costas, para os transportarem ás cruzadas de evangelização. Submetiam os negros a humilhações, surrando-os diante de todos, simplesmente por causa da cor de suas peles.

Ainda hoje o conceito de espiritualidade tem sido distorcido por religiões que matam, trucidam e aterrorizam o mundo em nome de Deus, em nome de uma falsa espiritualidade, falsa religiosidade. A verdadeira espiritualidade, no entanto, é a que produz o fruto do Espírito: Amor, bondade, longanimidade, paz, fé, temperança, benignidade, moderação, domínio próprio. Contra essas coisas não lei que possa superá-las. I Cor. 14.

Jesus não procura ostentar espiritualidade, pois ele já é espiritual em todos os sentidos. Ele não se preocupa em se apresentar como espiritual, tampouco fingir estar em êxtase pentecostal. Suas maiores mensagens são pregadas estando ele assentado no meio do povo. Ele não grita, não uso mecanismos para emocionar as pessoas, ele não aceita desafios para realizar façanhas mirabolantes com o fim de mostrar seu poder, mas cura e expulsa demônios quando lhe convém. Quando Jesus prega, não diz que Deus está mandando falar, ou que está sentindo algo extraordinário, pois sem ele dizer, todos percebem que é o próprio Deus falando e que algo extraordinário está realmente acontecendo. Ele não usa artimanhas para manipular as pessoas, mas através de perguntas e respostas leva as pessoas a refletir e tirar suas próprias conclusões. Ele não diz que passou a noite em oração, pois todos sabem que ele é um homem de oração. Ele não precisa dizer que jejuou, pois todos sabem que ele é abstêmio e altruísta. Ele não faz encenação para representar algo que não é. Mas através de palavras atos e postura leva as pessoas à busca da verdadeira espiritualidade-aquela que é duradoura. Jesus não força situações, mas procura abordar as pessoas objetivando levar essas pessoas a tomar uma decisão contundente, aquela de segui-lo, deixando os embaraços para trás. Sua homilia é simples, mas faz tocar profundamente as pessoas. Quando prega no último dia da festa, exclama:...”Quem tem sede, vem a mim e beba...” A palestina era uma região árida, onde fazia 50º de calor, a água para beber era mais caro do que o vinho e o leite, portanto a água era considerada líquido de grande valor para os habitantes daquela região. Sem água o ser humano não sobrevive, destarte Jesus usa esta metáfora para orientar o povo que está morrendo espiritualmente de sede. Os servos dos sacerdotes que foram prendê-lo, voltaram surpresos com a autoridade e unção com que Jesus pregou, que disseram para seus chefes: nunca alguém falou como este homem.

A espiritualidade de Jesus é um ato de responsabilidade que implica em muitos aspectos de nossa vida. O culto a Deus, os momentos de oração, pois assim Jesus fazia, se retirava para meditar e falar com Deus. As consagrações específicas, como jejum e principalmente o exercício de santificação. Na concepção de Jesus todas essas atividades são necessárias, mas visam um só propósito-o crescimento do reino de Deus, e isto se faz com religiosidade na prática, aquela do dia a dia. Aquela que vive na prática o que prega na teoria, aquela que não espanta as pessoas, mas atrai-as. Aquela que revoluciona. Que transforma vidas, que modifica o comportamento das pessoas. Que ajunta, ao invés de espalhar. Que soma, ao invés de dividir. Que reparte ao invés de mesquinhar. Que socorre ao invés de omitir. Que caminha, ao invés de parar. Que acolhe ao invés de espalhar.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Princípios de Interpretação

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Os princípios de interpretação bíblica são essenciais para o estudante da Bíblia, já que ela é objeto de nosso estudo. O conceito ortodoxo de que a Bíblia é a palavra de Deus pode levar alguém a pensar que basta abrir a Bíblia e sair interpretando de qualquer maneira e estaremos recebendo a mensagem de Deus.
É exatamente aí que está problema, pois a não observância desses princípios pode levar o pregador a distorcer o sentido do texto e transformar palavra de Deus em palavra de homem ou até mesmo de Satanás. Foi o que ocorreu com Eva no Éden, o que era palavra de Deus Satanás distorceu o sentido, transformando em sua própria palavra. Por isso Karl Barth, o Pastor suíço Pai da Neo-ortodoxia teológica propôs a idéia de que a Bíblia se torna a palavra de Deus na medida em que eu tenho um encontro com Deus através da Bíblia e na medida em que haja probidade em sua interpretação.
A imperícia hermenêutica, i.e., a não observância de alguns princípios tem produzido sectarismo e facção no meio do povo de Deus. A própria história da Igreja está permeada de guerras e contradições, porque a Igreja acreditava estar interpretando a Bíblia corretamente. Já houve caso de castração por parte de líderes da Igreja primitiva, como ocorreu com Orígenes, um dos pais da Igreja no século II, que se castrou ao interpretar ao pé da letra o texto de Mt 5. 29. Já houve casos de sacrifícios de crianças e até prática de suicídio. Todas essas barbaridades foram cometidas por pessoas que acreditavam estar fazendo a vontade de Deus e acreditavam estar interpretando a Bíblia corretamente. Por isso Hermenêutica é um assunto atual e imprescindível para os dias que vivem.
A base da hermenêutica é cristocentrica, a Bíblia deve ser interpretada a partir de Jesus. Ele é o verbo vivo de Deus Jo 1.1

I.TEXTO E O CONTEXTO

Este princípio tem sido o mais negligenciado na abordagem bíblica, principalmente por muitos pregadores que se atém a um único texto, não observando o contexto, i.e., o que vem antes ou depois. E munidos desse texto isolado saem disparando suas manias e crendices de cima dos púlpitos das Igrejas dizendo: ``Não sou eu que estou dizendo, é a Bíblia``.
Qualquer pessoa pode usar a Bíblia para defender um conceito, seja verdadeiro ou falso, veja alguns exemplos: No Salmo de nº 53 na segunda linha do primeiro versículo está escrito: ``Não há Deus``, mas o que vem antes diz: disse o néscio no seu coração. Em I Cor. 15.18 está escrito: E também os que morreram em Cristo estão perdidos. Mas no versículo anterior diz: Se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. Em II cor. 3.6 está escrito que a letra mata, mas Paulo jamais quis dizer que ser um crente erudito caracteriza esfriamento espiritual. Pelo contrário, neste capítulo Paulo faz um paralelo entre Antigos e Novos Testamento, entre Moisés e Paulo, tendo em vista que Moisés escreveu quase um terço do Antigo Testamento e Paulo quase um terço do Novo. Moisés foi Ministro da palavra no Antigo Testamento e Paulo Ministro da palavra no Novo. Se, foi glorioso para Moisés escrever o Antigo que ordenava a morte do pecador, quanto mais para Paulo, visto que o Novo ordena a vida eterna, pois a Letra do AT mata, enquanto no NT, o espírito vivifica. Só lendo o capítulo é que vem a tona uma compreensão mais clara do que Paulo quis dizer.
Além do contexto próximo, não se pode desprezar o contexto remoto, aquele à luz de toda a Bíblia. Quando Jesus cita algum personagem do Antigo Testamento para nos ensinar alguma lição, só podemos entender melhor essa lição se conhecermos toda a história daquele personagem do Antigo Testamento, para tanto é preciso recorrer ao texto no Antigo Testamento para elucidar um texto no Novo.
A Bíblia não diz explicitamente quantos dias a família de Noé ficou na Arca, mas se fizermos as contas no capítulo anterior e posterior, chegaremos ao número de 371 dias. Paulo diz que raspou a cabeça porque tinha voto. Só iremos entender esse tipo de voto se abrirmos a Bíblia em Números 6, o texto que explica esse tipo de voto. Buscar um texto remoto é recorrer em toda a Bíblia para buscar referencias que dizem respeito ao texto estudado.
O Apostolo Pedro deixou uma grande contribuição para a Igreja nesse sentido. Veja II. Pedro 1.20 Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Exemplo: Marcos 16.16 Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer estará condenado. Se este versículo não for analisado à luz das escrituras, i.e., numa compreensão mais ampla do batismo em outros textos da Bíblia, então poderemos defender a postura radical de que o batismo é um ato regenerador e que as águas limpam os pecados literalmente. Mas se entendermos o significados do batismo em outros ensinos de Jesus e de Paulo, chegaremos a conclusão de que o Batismo é um ato simbólico visível diante da Igreja de que somos regenerados, uma demonstração de que entramos no reino de Deus presente.



II.MANDAMENTOS E RECOMENDAÇÕES

Como a Bíblia é a palavra de Deus e nela buscamos atender a voz de Deus em obediência, a tendência é acreditarmos que tudo que está escrito na Bíblia é um mandamento que devemos cumprir hoje. Mas nem sempre se deve abrir a Bíblia e sair cumprindo o versículo em tela, pois isso poderá causar–nos alguns problemas. É preciso saber diferenciar mandamento permanente de recomendação temporária. Se um crente a abrir a Bíblia dizendo: `` Senhor fale comigo`` e ao abrir se deparar com o texto de II Tim 4.13 é possível que este crente seja impelido a comprar uma passagem aérea para Troas com vistas a buscar a capa e os livros de Paulo. Acontece que a capa e os livros de Paulo não existem mais, seria perder tempo e dinheiro. A recomendação é temporária, pois estava sendo feito o pedido para Timóteo buscar os livros e a capa de Paulo que estava em Troas.
O estudo da palavra de Deus está em duas esferas: O que disse e o que diz. O que disse é o que foi dito na época em que foi escrito, ou seja, é o método que chamamos de exegese, depende do conhecimento da língua do contexto religioso, político, econômico, cultural da época em foi escrito.
O que diz é a aplicação para o nosso dia-a dia, é o que todo mundo busca na Bíblia. É o que Deus quer falar comigo aqui agora, preciso de uma palavra. É a aplicação para minha vida pessoal. O que diz é exatamente o estamos fazendo, estudando hermenêutica. Interpretar a Bíblia é fazer hermenêutica, e isso é aplicar os ensinos da palavra de Deus para minha vida hoje. Exegese é um trabalho mais técnico que visa extrair do texto Bíblico original, isto é, traduzir do idioma que foi escrito os textos bíblicos, visando elucidar os pontos mais obscuros e polêmicos da Bíblia.
Deve-se buscar uma vida piedosa fazendo hermenêutica, devo sempre que possível, dos textos escolhidos aplicar para minha vida hoje. No caso da capa de Paulo, seria absurdo cumprir a recomendação, mas a lição de que devo ter cuidado com meus livros e com minha aparência pessoal é pertinente. O fato de estar isento da recomendação temporária não excluiu o leitor de tirar alguma lição bíblica para os dias de hoje.
Se eu abrir a Bíblia em gálatas 6.7, deparo-me com um mandamento permanente, do qual terei que cumprir a risca, pois assim está escrito: Não erreis, de Deus não se zomba, pois tudo que o homem semear isto também ceifará. Escolhi alguns textos como exemplo do que é mandamento permanente e recomendação temporária.

Exemplos de recomendações temporárias:
*Não cumprimentar as pessoas. Lc 10
*Não carregar dinheiro no bolso.
*Não carregar malas com roupa de reserva.
*Evangelizar de dois em dois.
*Lavar os pés dos ouros.
*Comer na casa dos crentes por algumas semanas Lc. 10.7
*Sacudir o pó dos pés por não ser bem recebido.
*Comprar armas para se defender Lc 22.36
*Beijar todos os crentes ao cumprimentar.
*Usar o véu ou se comportar de acordo com os costumes da época.
*Tomar vinho para sarar estômago.
*Tomar bebida forte uma vez por ano. Dt 14.26
*Não permitir que mulher fale ou ensine na Igreja.

Exemplos de Mandamentos permanentes:
Não adulterar Gn 5
Não matar.
Não se tornar falsa testemunha.
Não roubar.
Não difamar.
Não odiar.
Fazer o bem Gl 6.7.
Orar sempre.
Perdoar.
Compreender os outros.
Amar o próximo
Ser pacífico.
Não fazer o mal.
Não irritar os filhos
Amar a esposa.
Exercer a cidadania.
Adorar somente a Deus.
Guardar um dia da semana para reflexão e descanso físicos.
Não tomar o nome de Deus em vão.
Obs As recomendações temporárias não devem ser confundidas com os mandamentos permanentes. Paulo faz recomendações para Igrejas da Grécia que jamais poderia fazer para um judeu. Paulo recomenda costumes para crentes romanos que jamais poderia recomendar a gregos ou judeus, devido suas diferenças culturais. O evangelho permeia e transpassa as barreiras culturais da época e do tempo.

III.REGRA POR IMITAÇÃO

Um dos maiores equívocos cometidos pelos cristãos ao longo da história foi usar a Bíblia come regra de fé por imitação. Este princípio causou danos irreparáveis ao mundo cristão e nada contribui para o engrandecimento do reino de Deus na terra. A Bíblia é a palavra de Deus e regra de conduta e fé dos cristãos, mas não devemos confundir regra de fé com regra por imitação. Alguns crentes abrem a Bíblia, se empolgam com as atitudes dos heróis da fé e saem imitando os seus feitos. Isso pode se tornar muito perigoso. Davi foi homem de Deus, no entanto cometeu adultério, cometeu crime culposo e foi relapso com a criação dos seus filhos. Abraão orou debaixo da arvore por ter herdado crendices de seus ascendentes. Noé tomou um porre de vinho e se embriagou. Paulo raspou a cabeça por respeito a um voto feito pelos seus Pais. O voto de nazireu era por tempo determinado e por tempo indeterminado. No caso de Paulo era por tempo determinado. Pedro negou Jesus. Josué teve ciúmes dos profetas que auxiliavam Moisés. A Bíblia não é um livro para se ler e sair imitando o que os homens de Deus fizeram. É necessário que o estudante tenha um senso crítico para absorver os atos bons e rejeitar os atos indecorosos. Os amigos de Jô proferiram muitas palavras e algumas pessoas repetem suas palavras como sendo palavra de Deus por estar registradas na Bíblia, no entanto no final do livro de Jô está escrito com todas as letras que eles não falaram corretamente perante Deus.

IV.CONTEXTO CULTURAL

Quando nos deparamos com dificuldades para compreender algum texto, não podemos desanimar. É preciso que o estudante tenha garra e determinação na busca da compreensão do texto. Não podemos ignorar que há um abismo histórico e cultural entre nós e os acontecimentos bíblicos. O estudante pode fazer uma ponte entre esses abismos. Para tanto é preciso recorrer a livros que tratam do assunto. Existem bons livros que abordam os costumes e valores culturais daquela época. Temos um exemplo simples, mas que nos ajuda a compreender porque Jesus disse que vinho novo em odre velho estraga o vinho e o odre. Ocorre que, o odre era de couro de animais, o vinho ao fermentar esticava o odre de couro novo, mas se o odre de couro fosse velho, por não ter mais o que esticar estourava e o vinho entornava. Em João 10 nos deparamos com uma doutrina, cujo ensino apresenta Jesus como bom Pastor, mas entender melhor esse ensino é preciso conhecer o contexto cultural, ou seja, os costumes e valores daquela época. Jesus diz que é o bom pastor e que quem entrar por ele, entrará e salvar-se-á e achará pastagem.O termo entrar e sair se torna incompreensível para nós se não conhecermos a cultura da época. Ocorre que naquela época os pastores improvisavam currais de pedra no deserto, isto é, construíam abrigo para guardar as ovelhas à noite e de manhã soltava-as para pastar. De noite as ovelhas se salvavam das feras e de manhã cedo saiam para comer. Havia no aprisco uma porta de acesso para as ovelhas, da qual ficava um pastor de guarda, por isso o ladrão não entrava por ela, mas furtava por cima da mureta do aprisco que tinha quase um metro de altura, daí se compreende porque Jesus disse que o ladrão não entra pela porta. Também se explica porque Jesus se comparou à porta. A metáfora é pertinente quando Jesus me diz sou a porta, pois a porta permitia o acesso da salvação das feras no deserto, como também o acesso para sair e se alimentar de manhã.
Às vezes não entendemos porque alguns nomes se repetem na Bíblia anos depois, como no caso de Abimeleque. Ele aparece em Abrão e depois aparece na história de Jacó. Ocorre que Abimeleque não é nome próprio. Aqui é uma questão gramatical. Ab significa pai, melek significa reino, portanto Abimeleque significa pai de um reino ou de uma dinastia. Como seu nome foi desconhecido, o rabino que escreveu a história usou seu título.Ebedmeleque o servo que levou pão para Jeremias se enquadra na mesma situação. Ebed significa servo, Meleque significa Rei, portanto servo do Rei era um título e não nome próprio.Há muitas outras situações que nos trás dificuldade de compreensão por ignorarmos o contexto gramatical histórico e geográfico, por isso é preciso ter paciência e dedicação na busca da compreensão.O principiante pode então questionar: ``então para eu me salvar terei que ser um exímio exegeta ou perito em hermenêutica``? A resposta é não. Uma criança de cinco anos lê a Bíblia e compreende seus textos, até porque uma das regras da hermenêutica é partir sempre do simples para o complexo. Devemos sempre interpretar partindo da compreensão mais simples do texto e não o contrário.Devemos interpretar partindo do literal para simbólico, quando não couber uma coisa devo encaixar outra, mas não podemos interpretar como se tudo fosse literal, ou como se tudo fosse simbólico.
Os judeus acreditavam que algumas enfermidades eram para morte, portanto, não se devia orar. Acreditavam que algumas enfermidades caracterizavam maldição divina, assim pensavam que Deus queria matar a pessoa enferma, por isso o rabino no livro de Êxodo, escreveu que Deus queria matar Moisés. Seria um paradoxo Deus querer matar um homem que seria o libertador do povo de Deus.
Em Atos 18.18 Lucas escreve que Paulo raspou a cabeça porque tinha voto para cumprir, para entender esse voto é preciso ler e entender Números 6.18. O voto do nazireado era feito por uma mulher que ao nascer o filho o separava para servir a Deus. Nesse caso o menino nazireu não podia cortar o cabelo, nem tocar em cadáver, ou degustar qualquer alimento proveniente da vide. O voto de nazireu era por tempo determinado, ao cumprir os anos do nazireado, era exigido que se fizesse um ritual e raspasse a cabeça do nazireu.
A circuncisão é outro problema para muitos, ela está intrinsecamente ligada à promessa que Deus fez com Abrão. Por isso quando as crianças judia do sexo masculino nasciam, no oitavo dia a família celebrava o ritual da circuncisão. Era a esperança de que da ponta do pênis da criança sairia o sêmen que geraria a mulher, cujo ventre processaria por obra e graça do Espírito santo o nascimento do messias. Por isso se cortava ao redor da extremidade da glande o prepúcio das crianças do sexo masculino ao oitavo dia, uma ordenança que Deus fez para Abraão e seus filhos para marcar a genealogia do salvador.Era uma marca da promessa divina na descendência de Abraão. Circuncidar significa cortar em circulo, portanto o símbolo da aliança de Deus com essa descendência.O cumprimento dessa promessa com a vinda do Messias deixou de ter significado e importância para o povo de Deus, por isso Paulo proibiu que a Igreja absorvesse costumes judaicos inócuos para os cristãos.
As técnicas gramaticais em hermenêutica são importantes, mas não vamos tratar disso neste capítulo.Queremos abordar aqui as parábolas de Jesus, pois são estórias que desenham um quadro ilustrativo de um sermão. O quadro não se atem a pormenores, mas ao todo do desenho. Há um princípio em hermenêutica que não se deve fazer das parábolas uma colcha de retalhos. A Bíblia diz que toda a escritura é divinamente inspirada, com isso ela quer dizer que só o texto bíblico é inspirado. Os títulos que ficam acima dos capítulos ou de textos bíblicos não são inspirados. Esses títulos foram adicionados posteriormente e mesmo assim eles variam de tradução para tradução, porém todo escopo bíblico é inspirado, inerrante e infalível palavra de Deus. É de vital importância que o estudante da Bíblia não seja leigo nesse particular, veja porquê: nem sempre o título expressa a essência do texto e quando isso ocorre, surgem drásticas distorções interpretativas. A parábola conhecida por “filho pródigo” não representa a doutrina principal do desfecho da parábola. Esse título força uma interpretação de que o pródigo (esbanjador) seria o filho mais novo, aquele que não valorizou os bens do Pai, enquanto o mais velho foi o bom filho, que nunca saiu de casa. No entanto o filho mais novo ao sentir seu estado de miséria e desamparo, refletiu e tomou uma decisão contundente. Ele disse: Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai e dir-lhe-ei; Pai pequei contra ti. Isso denota o quebrantamento do filho, bem como o valor que ele deu à paternidade. Por outro lado, o irmão mais velho não quis admitir o amor e a bondade do Pai para com seu próprio irmão. A parábola termina e não nos consta que ele tenha se arrependido em relação a sua dureza de coração para com o próximo. O título desta parábola cairia como uma luva se fosse assim denominado: A filiação é ato da bondade e da misericórdia de Deus. O mais novo disse: Já não sou digno de ser chamado teu filho, trate-me como um operário. Em gálatas 4.4 está escrito: vindo a plenitude dos tempos Deus enviou o seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, afim de recebermos a adoção de filhos. O filho mais novo apesar de ter esbanjado os bens, se arrependeu e buscou a misericórdia do Pai compreendendo que sua filiação não era um direito próprio, mas um direito que podia ser outorgado pelo Pai. Enquanto o mais velho reivindicou direitos, não valorizou o perdão e a bondade do Pai para com seu próprio irmão, além ser egoísta e legalista. Parece que esse filho representa os crentes legalistas que se autojustificam, mas não vivem a essência do cristianismo que é o amor ao próximo. São os que servem a Deus por interesses e não por amor. Se for que alguém deveria ser rotulado de pródigo no desfecho da parábola, esse alguém deveria ser o filho mais velho que não valorizou o amor de Deus para com o próprio irmão.

Quem já não ouviu pregadores dizendo que Jesus é o bom samaritano, que o hospedeiro é o Espírito Santo, que a estalagem é a Igreja e que os dois denários são dois mil anos. As interpretações fantasiosas que muitos tem produzido desta parábola não representam sua essência doutrinária. Pela regra de hermenêutica aprendemos que não podemos fazer da parábola uma colcha de retalhos, visto que toda parábola tem uma só lição, esposando um único ponto doutrinário. Para entender as parábolas é de suma importância que o estudante conheça o contexto social, econômico, cultural, político e religioso da época em que foi escrito. Dizer que Jesus é o bom samaritano é distorcer o verdadeiro sentido da parábola. Jesus era judeu e não samaritano. Os judeus não se comunicavam com os samaritanos por acreditarem que os samaritanos eram piores que os gentios, devido à miscigenação em que se envolveram. Eles representavam as 11 tribos dispersas que haviam se misturado com gentios, em prejuízo da tradição patrística. Enquanto os judeus preservavam suas tradições religiosas e nacionalistas. Com isso os judeus menosprezavam os samaritanos, rotulando-os de pecadores impenitentes, conseqüentemente os samaritanos se sentiam humilhados. Os judeus não se comunicavam com samaritanos. No capítulo 4 de João está bem clara essa divergência. A mulher samaritana admirou-se pelo fato do Senhor Jesus dirigir-lhe a palavra. Conquanto, a parábola conhecida como “o bom samaritano” deve ser analisado à luz dos acontecimentos da época. O sacerdote pela tradição não podia tocar num morto. O que ele fez? Usou esse pretexto para não socorrer o homem caído à beira da estrada. Afinal de contas, pensou ele, o homem poderia estar morto e na dúvida, preferiu não arriscar. O levita de igual forma, provavelmente estava voltando do culto, já que era o caminho de Jerusalém para Jericó, cidade em que os levitas moravam. O levita passou de lado e possivelmente pensou – se o sacerdote não arriscou, porque me arriscaria. Mas o samaritano que era considerado ímpio aos olhos judaicos, se compadeceu e curou as feridas, deu-lhe provimento e hospedagem. Esta parábola nos ensina uma única verdade - Numa região onde era infestada de religiosos, levou muito tempo para alguém socorrer um necessitado e mesmo quando apareceu alguém para socorrer, esse alguém era irreligioso, um samaritano. O cerne doutrinário desta parábola reflete nossa omissão em ajudar pessoas, com pretexto de termos compromissos religiosos. Esquecemos o que Jesus disse: “quando fizerdes qualquer coisa em benefício dos pequenos, estarão fazendo a mim”. Muitas vezes nós que sabemos fazer o bem, não fazemos, volta e meia nos deparamos com pessoas que consideramos ímpias; ajudando as pessoas. Ninguém melhor do que nós que conhecemos o poder do evangelho está apto a ajudar as pessoas em curto prazo quanto em longo prazo.

A parábola em questão constitui lição de moral para nos incentivar a ajudar as pessoas. Era exatamente isso que Jesus queria ensinar aos religiosos conservadores de tradições, que não eram misericordiosos. Deus, já no Antigo Testamento havia alertado o povo dizendo: “misericórdia quero e não sacrifícios”. O salmista Davi disse que o sacrifício para Deus é ter um coração quebrantado. Portanto aí está o ponto chave da parábola conhecida como “o bom samaritano”. O que passa disso é mera especulação.
Fica claro e explícito que conhecer o contexto cultural, social,econômico, religioso e político da época em que foi escrito a Bíblia é de vital importância para o estudante que se esmera em aplicar da melhor forma possível a palavra de Deus àqueles que o ouvem. Paulo tinha essa preocupação, por isso advertiu Timóteo dizendo: ``persiste em ler e ensinar`` alem dessa recomendação escreveu admoestando que o obreiro deve ser apto para ensinar e que deve estar aprovado como obreiro que não tem de se envergonhar e que manja bem a palavra da verdade.







O Pr. Jesiel Padilha , diretor do Seminário Teológico Querigma, Bacharel e Mestre em Teologia, Pedagogo e Militar federal da Marinha do Brasil.

Por que sofremos

O sofrimento é parte integrante da vida do ser humano, por isso todos sofrem. O sofrimento é intenso e doloroso quando perdemos pessoas que amamos. Sofremos intensamente quando sentimos dor física, seja de parto, de rim ou de coluna. No entanto, a dor do sofrimento tem sido muito mais dramática e intensa na vida de alguns, enquanto de outros, nem tanto. Isso ocorre quando encaramos o sofrimento por vários ângulos. Ou seja, não é tanto a tragédia em si que nos faz sofrer, mas a forma que encaramos a tragédia. Nos países de cultura religiosa, cuja crença sedimenta-se na premissa de que não há vida pós-morte, a morte passa a ser encarada com mais dramaticidade e frustração do que nos países em que se crê que após a morte irão rever seus entes queridos. Quando perdemos bens materiais também sofremos intensamente, há pessoas que até suicidam, mas esse sofrimento pode ser minorado e muito por pessoas que não valorizam bens materiais. A filosofia oriental budista propõe que o segredo da felicidade está na supressão dos desejos. Ou seja, se eu perder um bem, mas não perder a saúde e a vida, é como se nada tivesse perdido. Se alguém está acostumado comer em tigela ou travessa, o dia que precisar comer de pires, será como se o mundo tivesse desabando. Os que exercitam essa supressão do desejo, ou seja, aqueles que são comedidos e abstêmios encaram a perca com pouca intensidade, portanto sofrem menos. O ilusionismo, crença da filosofia budista, propõe que tudo que é belo é ilusão, ou seja, se é ilusão, o dia que as pessoas que acreditam nisso perderem seus bens, encararão a perca das coisas belas com menos intensidade do que os materialistas. O ascetismo, crença segundo a qual o ser humano deve abrir mão de bens materiais para ser feliz, está enraizado em quase todas as culturas religiosas. João Batista era asceta no sentido mais lato da palavra, ele seguia uma rigorosa dieta alimentar da tradição judaica, vestia uma roupa ultrapassada para sua época e pregava contra o descontrole dos desejos sexuais. Jesus foi analisado por muitos estudiosos como adepto da filosofia sínica, teoria segundo a qual, o desprendimento dos bens materiais redundava em alto valor moral e religioso. No entanto, não obstante o mestre Jesus ter ensinado a abstinência, jamais usou isso para demonstrar valor moral e religioso, o que muitos faziam ao dar grandes quantias de esmolas. Certa vez Diógenes que era filosofo sínico, ao chegar na casa de Platão, fez a seguinte pergunta: posso pisar com meus pés sujos e pobres na sua vaidade, se referindo ao tapete vermelho de Platão, Platão retrucou: pode limpar sua vaidade na minha vaidade. Com isso aprendemos que usar a abstinência para tirar proveito religioso não é salutar, mas aprender com Jesus a viver uma vida feliz aqui na terra é salutar e vale a pena. Jesus disse que o ser humano vale mais do que todo o universo cósmico. Ele disse que a vida de um homem ou mulher não se resume nos bens que possui. Ele ensinou investir no ser humano ao invés de acumular riquezas. Ele ensinou a Paulo que nos ensinou, que nada trouxemos para este mundo quando fomos paridos, e nada levaremos daqui quando partirmos para a eternidade. Ele ensinou-nos a entrar em acordo na ante-sala dos tribunais de Justiça. Ele ensinou-nos a rever nossos conceitos para não persistirmos nos erros. Ele ensinou-nos a refletirmos antes de tomar atitudes precipitadas. Portanto, o discipulado de Jesus pode ser um caminho bastante sadio para encarar o sofrimento. Quando sofremos e nos culpamos por isso, o sofrimento se torna muito maior, mas quando nos perdoamos, e pedimos perdão, o sofrimento pode ser minorado. Quando fazemos tempestade em copo dágua, além de sofrermos, fazemos outros sofrerem. Quando somos mesquinhos ao levantarmos questões menores em detrimento das maiores, atraímos um baixo-astral ao nosso redor que gera sofrimento. Quando invejamos ou desejamos o mal, nos apequenamos, nos machucamos e sofremos. Mas quando encaramos as coisas com serenidade, quando perdoamos, quando nos calamos na hora certa e falamos na hora exata, as coisas vão se encaixando, o tempo vai passando, aquilo que encarávamos como mal, passa a redundar em bem, aquilo que era obscuro, logo vem a lume. O que era mau, passa a se comportar como bom. O sofrimento realmente existe, mas saber encará-lo pode amortecer a dor em 80%(oitenta por cento).Há um fato que deixamos passar desapercebidos, é que as coisas que nos inquietam ou que nos faz sofrer, marcam com mais intensidade do que as coisas prazerosas. Por exemplo, se uma pessoa é acometida de uma enfermidade por quinze dias, durante esse percurso ficará a impressão de que o tempo não passou rapidamente. Já, quando essa pessoa goza de perfeita saúde ficará a impressão de que o tempo passou rapidamente. Essa mesma pessoa ficará marcada pelos quinze dias de dor, mas esquecerá que durante outros 350 dias do ano, gozou de perfeita saúde. Uma laranja possui em média 3% do seu conteúdo de sementes, o descuido na hora de chupar a laranja poderá nos causar um desconforto irreparável, provocando até a morte por asfixia em decorrência de uma semente atravessada na garganta. Esquecemos que Deus nos proporcionou as coisas boas da vida para ser desfrutadas, mas também nos ensinou a desviarmos das coisas más. A Bíblia diz : todo dom perfeito vem do Pai da luzes, em quem não há mudança e nem sombra de variação. A vida é boa, não obstante, os obstáculos que surgem diante de nós. Esse desafio de encararmos os maiores problemas e resolve-los só irá nos fazer crescer em graça e amadurecimento cristão.

sábado, 23 de julho de 2011

LICAO BIBLICA ESCOLA DOMINICAL 3 TRIMESTRE

Quer apronfundar no tema Reino de Deus, veja as materias sobre o Reino aqui neste blog

quarta-feira, 20 de julho de 2011

CIDADANIA E CRISTIANISMO

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social. ”

A cultura grego-romana há mais de dois mil anos institui os parâmetros para os processos articuladores da cidadania, como por exemplo, a instituição do senado, do voto, dos direitos e deveres dos cidadãos dentro de um estado organizado por poderes instituídos. Deus, no entanto, já havia se preocupado com isso quando entregou as tábuas da Lei para Moises e outras leis que permitiam garantir os direitos dos judeus dentro da comunidade e regulavam os deveres de cada judeu para o exercício da cidadania do povo de Israel.

As duas tábuas da Lei representavam todo este conjunto de leis do Pentateuco.

I. Cidadania no Antigo Testamento

O Antigo Testamento era uma aliança que visava preservar a cidadania de um povo, fazendo com que este povo desse exemplo positivo ao mundo e através deste povo cumprir a promessa da vinda do Salvador e redentor Jesus Cristo.

A primeira tábua que Moises recebeu escritas pelas mãos do Senhor trazia esta proposta e visava a estabilidade social deste povo. Ela tinha quatro códigos, aquilo que o homem deve a Deus. A segunda tábua com a mesma finalidade tinha seis códigos, deveres do homem para com o homem.

I. Não terás outros deuses.

Este código é pertinente à alteridade, ou seja, leva o homem a adorar ao único e verdadeiro Deus. Ao mesmo tempo visa organizar a sociedade a obediência da instituição maior e mais sagrada que existe, àquele que é Rei, Juiz, legislador e senhor. As leis que regulam as cerimônias religiosas estão em Lv capitulo 1 ao 9.

II. Não farás para ti imagem de escultura.

Este código tem um significado muito mais abrangente do que se pode imaginar. A imagem está relacionada àquilo que pode distrair o ser humano desviando-o dos verdadeiros valores. O valor maior que é Deus e os valores e virtudes inerentes ao ser humano que propiciam o bem comum da sociedade. O termo “não te encurvarás á imagens” é claro.

III. Não tomarás o nome de Deus em vão.

Este é o mandamento contra qual as religiões mais pecam, pois algumas usam o nome de Deus em vão, com textos isolados da bíblia, reforçando teorias não para o interesse do Reino de Deus, mas para o seu próprio interesse.

Além de corrigir distorções bíblicas e heresias, evita que um líder faça injustiça ao povo querendo colocar um fardo que Deus não instituiu para o povo, preservando as garantias da cidadania do povo.

IV. Lembra de um dia de descanso.

No hebraico o termo não significa o 7º dia, mas descanso, portanto um dia de descanso que proporciona ao ser humano mais tempo para se dedicar a Deus. Ao mesmo tempo da ao ser humano um direito que visa preservar sua saúde, já que esta maquina fabricada por Deus precisa de descanso. Este direito nos beneficia até hoje nas garantias das jornadas de trabalho e dos dias de descanso. As leis sanitárias que visam preservar a saúde do povo está regulamentada em DT 14, Lv 11, 12,13,14,15.

V. Honra o teu pai e tua mãe.

Este mandamento esta relacionado ao código civil, e já é da segunda tábua, deveres do homem para com o homem. Este mandamento valoriza a família, célula matiz da sociedade. A família bem estruturada e saudável certamente produzirá uma sociedade saudável. Os direitos e deveres de família são as leis civis regulamentadas por Moises em Deuteronômio 20,22 e 24.

VI. Não matarás

Este mandamento se relaciona ao código criminal e está regulamentado em Dt 19 Êxodo 21 a 23. DT 35.30 a 34

VII.Não adulterarás

Este mandamento, também na área civil esta relacionado à família e suas garantias. Sua regulamentação está em Dt 20, 22 e 24 e Êxodo 21 a 23, Lv 18. O adultério é como arrombar a cerca que demarca o limite de uma família, é como arrombar uma porta do vizinho. E um convite a guerra e destruição da família.

VIII.Não furtarás

Esta lei é de código penal e sua regulamentação está Êxodo 21 a 23 e também está relacionada a leis sociais e econômicas Dt 15, Nm 21, lv 25 e 26.

IX. Não dirás falso testemunho

Este código está relacionado a danos morais e está regulamentado por Ex 23. 1 a 9.

X. Não cobicarás.

Código relacionado a direito de propriedade e respeito à família e herança.Lv 25 e 26 Ex 22 e 23.

O Pentateuco forma um conjunto de deveres e direitos dos cidadãos judeus que alem de pedagógico visa preservar o exercício pleno de cidadania de um povo. Em Dt 28 Moises escreveu inspirado por Deus dizendo: se vocês cumprirem esses deveres vocês terão as garantias da plena cidadania. Serão benditos na terra, na cidade, no campo, seus filhos serão benditos. As colheitas de vocês serão abençoadas e em tudo que vocês tocarem serão abençoados.

Deus não estava preocupado só com os deveres religiosos do povo, mas preocupado com o todo do ser humano, com o seu bem estar em todos os níveis. Portanto é dever do crente exercer sua cidadania nas questões sociais, políticas, econômicas, educacionais, culturais, geográficas e religiosas.

II. A cidadania no Novo testamento

No Novo Testamento temos Jesus como mediador de uma nova aliança, com uma nova proposta. O cântico de Maria reflete um clamor em defesa da cidadania com vinda do Salvador. Ela disse: despediu os ricos de mãos vazias e encheu de bens as mãos dos pobres.

Jesus desceu de sua gloria para resgatar o ser humano nas garantias de cidadania plena e especialmente na garantia inalienável da cidadania celestial, que é a vida eterna. A prova está nos escritos dos evangelhos, cujo tema central é o reino de Deus.

O que e o reino de Deus?

Do grego basiléia, significa o plano Universal de salvação para resgatar o ser humano. O reino de Deus é gozo, paz e alegria no Espírito Santo. Rm 14.17

Os judeus esperavam o reino de Deus na perspectiva dos tempos áureos do rei Davi. Um reino de glamour e de esperança para o resgate da cidadania judaica. Jesus, porem, trouxe um reino espiritual que governa o centro das emoções do ser humano e o resgata da iniqüidade que é corrupção nos seus diversos níveis. Daí que o reino de Deus é uma proposta divina de conquista.

Enquanto os romanos queriam conquistar etnias com suas riquezas, o Reino de Deus queria conquistar pessoas para o exercício da cidadania aqui e agora e principalmente para o exercício da cidadania celestial. Tanto que o Reino de Deus está em duas esferas, a esfera presente e a futura. Para entrarmos na futura, temos que exercitar a esfera presente.

II. 1. A cidadania no Reino presente

Em Mt 3.2 João Batista começou pregar no deserto anunciando: arrependei-vos, porque o reino de Deus já esta presente entre vós. A primeira proposta e exigência para entrar no reino é mudança de postura, de vida, de comportamento, porque para entrar no reino futuro tem que estar no reino presente. Jesus havia nascido. Tornou-se homem no cumprimento das promessas da Antiga aliança. Manifestou para desfazer as obras do Diabo.

II. 2.Como se processa o reino de Deus?

*O reino de Deus gerou a Igreja-comunidade universal dos filhos de Deus.

*Deus e doador do reino, os homens podem pregar o reino, mas somente Deus dará aos homens. Lc 10.9 Lc 12.32.

*A Igreja e a estrutura do reino de Deus, coluna e firmeza da verdade Mt 16.19.

*Jesus e o Rei, dai que devemos obedecer a suas palavras. Jesus disse: quem guardar as minhas palavras, meu pai o amará, viremos para ele e faremos nele morada.

*O Espírito Santo e a dinâmica do reino de Deus, inaugurou a Igreja com poder Pentecostal e Ele convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Jo 16.8,9,10.

*O evangelho é o poder do reino. Rm 1.16

*Os súditos deste reino são os crentes que nasceram de novo por obra e graça do espírito santo. Joao 3.5.

II. 3.Por que Deus quis nos dar o Reino?

Porque o reino dos homens havia se corrompido com ganância, com a mentira, com a vaidade, com a iniqüidade, com a hipocrisia, com o orgulho, com a devassidão e todas as obras infrutuosas da carne. Por isso o Espírito Santo produz um fruto de graças que combate essas obras malignas.

E acima de tudo porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o filho unigênito para todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Jo 3.16.

II. 4.Para que Deus quis nos dar o reino?

Para nos resgatar do reino das trevas e nos transportar para o Reino do seu filho amado a fim de nos reconciliar com Deus, nos fazendo irrepreensíveis para produzirmos bons frutos e Co 1.13,20, 22.

E para dissipar o reino das trevas Mt 12.28

II. 5.Quem pode entrar no Reino?

Os que praticam o exercício da cidadania aqui e agora, os que se arrependem e mudam de postura pelo reino, os humildes, os limpos de coração, os mansos, os pacificadores, os perseguidos por causa da justiça, os que ensinam e cumprem os mandamentos, os que praticam a justiça, os que fazem à vontade do Pai. Mt 5.1-16. Mt 7.21 Os que de longe, do ocidente e do oriente quem vêem em busca do reino. Mt 8.11.

II. 6. Quem não entrará no Reino de Deus?

Os que confiam em riquezas MT 19.23, Mc 10.23

Os religiosos que não obedecem à vontade do Pai Mt 7.21.

Os devassos, os idólatras, os adúlteros, os efeminados, os bêbados, os maldizentes, os ladrões. I Co 6.9.

Os impuros, os avarentos, o mesmo que idólatra. Ef 5.5.

Os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os idolatras e os mentirosos Ap 22.15

Os injustos I Co 6.9.

II. 7. O que não e o Reino de Deus

Não e monopólio eclesiástico Mt 8.11

Não e comida, nem bebida, nem consumismo Rm 14.17.

Não é religiosidade. Mt 7.21

Não consiste em palavras persuasivas, mas poder do Espírito Santo I co 4.20.

II. 8. Qual deve ser nossa postura em relação ao Reino?

Deve ser buscado com oração e atitudes Mt. 6.33

Devemos buscar a humilde posição das crianças Mt 18.3

Devemos pregar o Reino e ensinar sobre ele Mc 16.15 Mt 28.19

Devemos priorizar o Reino Mt 6.33

Devemos obedecer ao Reino MT 7.21

Orar por sua vinda Mt 6.10

Recebê-lo, herdá-lo e possuí-lo Mc 10.15 Mt 25.34.

Entrar nele Mt 23.13

Procurar por ele Lc 23.51

Esperar por sua vinda Mc 15.43

II. 9.Quais os mistérios e paradoxos do Reino?

Nem todos têm o privilégio de conhecê-lo Mt 13.11

O reino é dos pequenos mt 18.3

Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no Reino

Meretrizes e pecadores precedem religiosos no reino Mt 21.31

O reino será tirado de muitos religiosos e dado a quem produz frutos. Mt 21.43

O reino de Deus não vem com aparência Is. 53 Lc 17.20

Satanás oferece a beleza e a gloria deste mundo em troca do Reino de Deus.Lc 4.5,6

Os pobres são fortes candidatos ao Reino de Deus. Lc 6.20

O menor no reino de Deus e maior do que o maior no reino dos homens. Lc 7.28

Muitos convidados ficarão de fora do reino, e muitos não convidados entrarão no reino de Deus. Lc 14.15-18

No Reino dos homens, você ganha quando conquista;

No Reino de Deus você ganha quando abre mão. Mt 10.39

No Reino dos homens você ganha ajunta;

No Reino de Deus você ganha quando entrega. Mc 8.35

No Reino dos homens você ganha quando e esperto;

No Reino de Deus, você ganha quando sabe esperar e confiar. Sl 125.1.

No Reino dos homens você ganha quando está por cima;

No Reino de Deus você ganha quando está por baixo. Lc 7.28

No Reino dos homens você ganha quando esta sob holofote;

No Reino de Deus você ganha quando está em oração no anonimato. Mt 14.13

No reino dos homens você ganha quando é chefe;

No Reino de Deus você ganha quando é servo. Mt 23.11

No reino dos homens você ganha quando todos falam bem de você;

No Reino de Deus você ganha quando é caluniado. MT 5.12

No reino dos homens você ganha quando é orgulhoso e nada lhe falta;

No Reino de Deus você ganha quando aprende depender de Deus. Pv 30.8

No reino dos homens você ganha quando é consumista;

No reino de Deus você ganha quando se contenta com o que tem. Fp 4.8

No reino dos homens você ganha quando é ansioso e preocupado com as coisas materiais;

No Reino de Deus você ganha quando descansa e confia. Mt 6.25

No reino dos homens você ganha quando corre;

No Reino de Deus você ganha quando confia e aproveita as oportunidades. Ec.9.11

II. 10 O Reino de Deus é comparado:

A parábola do trigo e joio

Ao grão de mostarda

Ao homem que encontrando o tesouro, vende o tesouro e compra o campo. Mt 13.44

A rede de pescaria e os pescadores selecionam os bons. Mt 13.48

Ao Rei que convidou nobres e depois convidou pobres e marginalizados. Mt 22.2

A mulher que põe fermento na massa para fazer pão. Lc 13.20

A parábola do filho pródigo

A parábola do samaritano

II. 11.Considerações finais sobre o reino de Deus.

Quem priorizar o reino será recompensados muitas vezes e reconhecido pelo Pai. Lc 18.29 19.11-27

O ladrão da cruz deu o ultimo brado em busca do Reino e alcançou a graça de entrar no reino no mesmo dia. Lc 23.42

Na perseguição, os apóstolos exortavam os crentes a perseverar na fé, pois, por muita tribulação importa entrar no reino de Deus. Atos 14.22

O reino de Deus não pode ser abalado Hb 12.28

A entrada no Reino e seu percurso se fazem com diligencia II Pe 1.10

No juízo final o reino dos homens que e deste mundo passara a ser do Senhor e do seu Cristo e ele reinara para todo sempre Ap 11.15

Depois do juízo final e de ter feito novo céu e nova terra, o Senhor chamara seus escolhidos dizendo: vinde benditos de meu pai possui por herança o Reino que esta preparada deste a fundação do mundo, porque tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; era forasteiro e me acolheste; estava nu e me vestistes; adoeci e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Mt 25.31 a 40.