quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NATAL, O CÂNTICO DE MARIA

O cântico de Maria é mais um paralelismo bíblico poético como muitos outros inspirados no pentatêuco, nos salmos e nos proféticos. O livro de Gênesis começa com paralelismo, era uma técnica usada pelos rabinos para decorar a bíblia e estudá-la.
O paralelismo compunha-se de uma frase de oração seguida de outra oração que concordava com a primeira ou discordava ou concluía ou se completavam. O primeiro livro da Bíblia começa com paralelismo. No princípio criou Deus os céus e a terra.
Segunda oração: e a terra era sem forma e vazia. Temos aqui paralelismo explicativo.
Nos salmos encontramos muitos paralelismos antitéticos, quando a primeira oração difere da segunda ressaltando a diferença do justo e do ímpio. O Salmo 23 é todo paralelismo que concorda com as frases seguintes em cadeias de temas. Isaías usou paralelismo ao dizer: O boi conhece o seu possuidor, mas meu povo não me conhece.
Jesus usou paralelismo antitético ao afirmar que as andorinhas tem ninhos e as raposas covis, mas o filho do homeme não tem onde morar. O sermão do monte é todo paralelismo. Paulo usou paralelismo ao dizer: O salário do pecado é a morte , mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Em toda a escritura sagrada o paralelismo tem uma dinâmica que embeleza a literatura bíblica.
No evangelho de Lucas escrito aos gregos que apresenta Jesus como filho do homem o Espírito Santo envolve Maria com sua sonbra e inspria nela um dos mais lindos paralelismos de edificação salvífica. Maria exultou a Deus com brados de sua alma e do seu fôlego ao afirmar: a minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou para a minha humildade. Lucas é o evangelho do Natal, dos cãnticos de graça e salvação. Não foi nos palácios que Deus escolheu uma jovem para acolher o salvador. Não foi nas metrópolis de Jerusalem ou de Roma que Deus escolheu a mãe do Salvador. Foi numa pequena cidade, alías, a menor cidade da Judéia. Foi de uma familia pobre que Deus escolheu Maria, ela não pôde ofertar cordeiro, teve que ofertas par de rolinha, pois era pobre.
O Natal de hoje parece que contrapõe a tudo que o Novo Testamento com sua beleza nos inspira. O Natal do consumismo, o natal dos que só querem receber, o Natal dos poderosos, dos ricos. Deus tem seu próprio critério para escolher, e esse critério não segue a lógica humana, pois Deus escolheu as coisas loucas para confundir as sábias e Deus escolheu as coisas que não são para confundir as que são. Maria engrandece ao senhor por que ele escolheu a pequena, uma moça da roça, desconhecida da sociedade. Por isso maria engrandece ao Senhor.Sua misericórdia é de geração em geração para aqueles pequenos que o temem. Com a força do seu braço dispersou os homens de coração orgulhoso. (O orgulho foi o primeiro pecado antes da bíblia e no início da bíblia com Adão e Eva querendo ser igual a Deus).Destronou pederosos, mas exaltou os humildes. Encheu de riquesa os pobres, mas despediu os ricos de mão vazia.
Socorreu Israel seu servo, lembrando de sua misericórdia. Conforme prometeu a Abraão, assim cumpriu em mim a sua palavra.
Natal do evangelho é isso, orgulhosos não entram no Reino de Deus, mas os humildes entram. Os que confiam em riquezas não entram, mas os que confiam no Senhor entram. Os ricos ficam pobres e os pobres ficam ricos, pois o Reino de Deus não é comida, nem bebida, nem consumimo, mas gozo, paz e alegria do Espírito Santo. Natal do evangelho é gratidão, é compartilhar, é ver a glória de Deus nas coisas pequenas e nas dificuldades. Natal é Deus descendo, se apequenando para nos buscar, para se aproximar de nós. Natal é o Espírito Santo nos alegrando, por que ele escolheu os pequenos. Jesus disse em paralelismo que quem quiser ser grande aqui será pequeno no reino de Deus, mas quem quiser ser pequeno aqui, será grande no Reino de Deus. Jesus em sua oração ao Pai, se alegrou em seu Espírito e orou dizendo: te dou graças ó pai, por que ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos e revelastes aos pequeninos, por que foi assim do teu agrado.Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e ninguém conhece o filho senão o Pai e aquele que ele quer escolher e revelar.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

STF ACEITA DENÚNCIA CONTRA DEPUTADO-PASTOR ACUSADO DE PECULATO

STF ACEITA DENÚNCIA CONTRA DEPUTADO-PASTOR ACUSADO DE PECULATO


O deputado federal Hidekazu Takayama (PSC-PR), que é também ministro evangélico, vai responder a ação penal, no Supremo Tribunal Federal, acusado 12 vezes de peculato. Na sessão plenária desta quinta-feira, o plenário do STF — foro especial para processar e julgar congressistas - aceitou, por unanimidade, denúncia formulada pelo procurador-geral da República, segundo a qual o parlamentar nomeou 12 “funcionários fantasmas” ou “gafanhotos” para o seu gabinete, no período 1999-2003, quando era deputado estadual.
De acordo com a sustentação oral da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, as pessoas nomeadas por Takayama para cargos em comissão em seu gabinete, na Assembléia Legislativa paranaense, trabalharam para ele em caráter privado, ou na casa do deputado ou no estúdio de gravações do pastor evangélico.
O Ministério Público tomou conhecimento da prática do crime de que é acusado em conseqüência de ações trabalhistas movidas por alguns dos nomeados, que reivindicavam “salários” que não chegaram a receber. O advogado do deputado-pastor rejeitou a peça acusatória do MP, afirmando que as investigações basearam-se, principalmente, em depoimentos dos nomeados, que receberam os vencimentos pela Assembléia Legislativa, e que pretendiam “duplicar” essas quantias, em ações trabalhistas.
No entanto, o ministro Dias Toffoli, relator do inquérito, considerou os fatos imputados a Takayama como “devidamente descritos pelo MP”. Os demais ministros também entenderam que havia “justa causa” para o início da ação penal, e o deputado passa a ser réu, acusado de peculato (“Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio”. Pena de reclusão de dois a 12 anos).
FONTE:JORNAL DO BRA

terça-feira, 20 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

DEZ ANOS DAS TORRES GEMEAS

No dia 11 de setembro de 2001 fomos surpreendidos pela destruição das duas torres gêmeas que representavam o orgulho econômico dos E.U.A. Jesus disse em MT 6 ninguém pode servir a dois senhores a Deus e a Mamom, o deus do dinheiro, da ganância. A ganancia de invadir países, de ditar regras econômicas no modo de produção. A ganancia ianque de produzir terrorismo econômico contra os países mais fracos com seu protecionismo belicoso contribuiu para semear o ódio entre as nações e as injustiças econômicas nos países subdesenvolvidos. Essa política internacional mesquinha do imperalismo americano provou que ninguém pode estar bem se todos não estiverem bem. O capitalismo selvagem perpetrado pelo cultura ocidental está nos ensinando que o ser humano vale muito mais do que os bens de consumo. A queda das torres representa o fim desta selvageria que financiou massacre na África para arrancar o diamante, invasão nos países árabes de olho no petróleo, uso do FMI para financiar ditaduras na America latina e enriquecimento de políticos e financiamento de campanhas as custas de mega industrialização de armas de destruição. A queda das torres representa mal agouro para um país que se diz tão religioso, usando o nome de Deus somente para o interesse do seu próprio ventre. Que financiou na década de 80 até livros teológicos no meio protestante acusando a União Soviética de berço do nascedouro do Anti-cristo, quando isto lhe favorecia. Na década de 90 o berço do anti-cristo mudou para a Europa, agora já estão preparando literatura para afirmar que o nascedouro do Anti-Cristo será na China ou no Irã,e o Brasil que se cuide, pois se continuar a não se submeter aos caprichos dos ianques, seremos os próximos a serem acusados de receptores do Anti-Cristo. No entanto o Anti-Cristo é quem se levanta contra os princípios básicos dos ensinamentos do sermão do monte. Bem-aventurados os humildes,os pobres, os pacificadores, os misericordiosos, os que clamam por justiça. A política americana sempre gravitou ao contrário destes princípios. O nome de Deus foi usado em vão para oprimir, matar, trucidar, invadir e conquistar. Só na invasão do Iraque mataram 100 mil civis, trinta mil crianças inocentes, 10 mil militares iraquianos, e 5 mil americanos. Sem falar no Afeganistão,financiamento da guerra Ira-Iraque,com saldo de 1 milhão de mortos, guerra no viatinâ e outros. Assim como Gréci, Roma e outros, está chegando o fim o império ianque. O próprio Obama foi para mídia dizer estamos falindo.

domingo, 4 de setembro de 2011

A prisão infernal de Bradley Manning

Bradley Manning, que supostamente vazou centenas de milhares de documentos secretos do governo para Julian Assange, do WikiLeaks, completa 23 anos de idade nesta sexta-feira, na prisão. Denver Nicks, de The Daily Beast, fez entrevista exclusiva com o advogado de Manning, que fala de seu confinamento solitário, do que ele lê (de George W. Bush a Howard Zinn) e da estratégia jurídica que pretende seguir.



Da última vez em que Bradley Manning viu o mundo do lado de fora de uma prisão, a maioria dos americanos nunca tinha ouvido falar do WikiLeaks. Nesta sexta-feira, Manning, o homem que alegadamente vazou documentos sigilosos, colocando no mapa o site e seu polêmico líder, Julian Assange, completa 23 anos de idade atrás das grades. Desde sua prisão, em maio, Manning passou a maior parte desses mais de 200 dias em confinamento solitário. Fora receber um cartão e alguns livros da família, seu aniversário não será diferente. O advogado David Coombs revela detalhes importantes sobre Manning, a prisão e os gestos delicados de sua família que lhe trazem um pouco de conforto nessas duras condições carcerárias.
"Eles escrevem que pensam nele e em seu aniversário, que o amam e apoiam", disse Coombs sobre a família Manning. A tia, em nome dos pais e da irmã, enviou cartão na quarta-feira pelo advogado, e Manning respondeu que também a ama e gostaria de estar com ela no aniversário. "Mas as visitas são permitidas apenas aos sábados e domingos; um deles vai vê-lo no sábado". Manning pediu uma lista de livros que sua família comprou e entregará nas próximas semanas, para coincidir com o aniversário e o Natal. Na lista?
Decision Points, de George W. Bush; Crítica da Razão Prática e Crítica da Razão Pura, de Immanuel Kant, Propaganda, de Edward Bernayse, O gene egoísta, de Richard Dawkins, A People’s History of the United States, de Howard Zinn, A arte da guerra, de Sun Tzu, The Good Soldiers, de David Finkel, Da guerra, de Carl von Clausewitz.
Manning está preso na base dos Fuzileiros Navais em Quântico, na Virgínia. Passa 23 horas por dia sozinho numa cela de tamanho padrão, com pia, vaso sanitário e cama. Não lhe são permitidos lençóis ou travesseiro, embora o primeiro-tenente Brian Villiard, oficial em Quântico, elogie o material "não-rasgável" permitido. "Eu segurei, senti, é macio, eu dormiria com ele", disse a The Daily Beast.
Ele não está autorizado a fazer exercícios (funcionários de Quântico desmentem isso), mas começou a praticar ioga e alongamento. Durante uma hora por dia, uma TV sobre rodas é colocada em frente a sua cela e ele pode assistir a telejornais, geralmente locais, disse Coombs. Tem permissão para ler notícias também. Numa cortesia de Coombs, Manning tem agora assinatura de sua revista favorita, a Scientific American. A edição de novembro, "Hidden Worlds of Dark Matter", foi a primeira que recebeu.
As condições em que Bradley Manning está sendo mantido poderiam traumatizar qualquer um (ver artigo de Glenn Greenwald na Salon - traduzido - para um resumo das questões jurídicas e psicológicas associadas ao confinamento solitário prolongado). Ele vive sozinho numa cela pequena, sem contato humano. É forçado a usar algemas quando está fora da cela e quando encontra as poucas pessoas autorizadas a visitá-lo uma divisória de vidro o separa delas. A não ser os funcionários da prisão e uma psicóloga, a única pessoa que fala com Manning cara a cara é seu advogado, que diz que o isolamento prolongado está pesando sobre a psique do cliente.
Ao ser preso, Manning foi colocado sob "vigilância de suicídio", mas essa condição foi rapidamente alterada para "Vigilância de Prevenção de Lesões", sendo forçado a essa vida de tédio entorpecente. O tratamento é duro, punitivo e cobra seu preço, diz Coombs. Não há indício de que ele represente ameaça para si mesmo, e não deveria estar detido em condições tão severas a pretexto de sua própria proteção. "O comando baseia esse tratamento apenas na natureza das acusações pendentes e num incidente em que um funcionário da base cometeu suicídio", disse Coombs, referindo-se a um capitão de Quântico que se matou em fevereiro. Coombs disse acreditar que os funcionários mantêm Manning sob vigilância estreita por excesso de cautela. Ambos, Coombs e o psicólogo que atende Manning, têm certeza de que ele é mentalmente saudável.
Manning, de Potomac, Maryland, enfrentará corte marcial pelas acusações de vazamento de informações secretas ao WikiLeaks, em violação do Código Uniforme de Justiça Militar.
Ele planeja se declarar inocente no julgamento.
Seu futuro é incerto. John Conyers, representante democrata de Michigan, em sessão do Congresso na quinta-feira (16/12) sobre o WikiLeaks, pediu calma e resposta equilibrada aos novos desafios que o site representa para o futuro da governança. "Quando todos nesta cidade se unem pedindo a cabeça de alguém é sinal de que precisamos desacelerar e olhar melhor". Ted Poe, republicano do Texas, pediu punição. "Não tenho simpatia alguma pelo suposto ladrão nessa situação", disse, insistindo em que a origem do vazamento seja responsabilizada. "Ele não é melhor do que o dono de loja de penhores do Texas que recebe mercadoria roubada e vende a quem pagar mais".
O destino de Manning será determinado nos próximos meses. O que está claro hoje é que ele está preso sob extraordinariamente duras condições, mais duras do que as de Bryan Minkyu Martin, o especialista em inteligência naval que, alegadamente, tentou vender segredos militares a um agente disfarçado do FBI: ele está preso aguardando julgamento, mas não em confinamento solitário. Manning, que não foi julgado, passou a maior parte do ano incomunicável, como um condenado por crime hediondo. Coombs contesta a legalidade do que chama de “punição preventiva” e trabalha para suspender as restrições.

sábado, 18 de dezembro de 2010

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

TEOLOGIA DO REINO DE DEUS

O que e o reino de Deus?
Do grego basileia, significa o plano Universal de salvacao para resgatar o ser humano. O reino de Deus e gozo, paz e alegria no Espirito Santo.
Os judeus esperavam o reino de Deus na perspectiva dos tempos aureos do rei Davi. Um reino glamuroso de esperanca para o resgate da cidadania judaica. Jesus, porem, trouxe um reino espiritual que o governa o centro das emocoes do ser humano e o resgata da iniquidade que e corrupcao nos seus diversos niveis. Dai que o reino de deus e uma proposta divina de conquista. Enquanto os romanos queriam conquistar etnias com suas riquezas, o reino de Deus queria conquistar pessoas para o exercicio da cidadania aqui e agora e principalmente para o exercicio da cidadania celestial. Tanto que o reino de Deus esta em duas esferas, a presente e a futura. Para entrarmos na futura, temos que exercitar a presente.
II.1. A cidadania no reino presente
Em Mt 3.2 Joao Batista comeca pregar no deserto anunciando: arrependei-vos, porque o reino de Deus ja esta presente entre nos. A primeira proposta e exigencia para a entrada no reino e mudanca de postura, de vida, de comportamento, porque para entrar no reino futuro tem que estar no reino presente. E Jesus ja havia nascido, se tornou homem no cumprimento das promessas da Antiga alianca se manifestou para desfazer as obras do Diabo.
II.2.Como se processa o reino de Deus?
*O reino de Deus gerou a Igreja-comunidade universal dos filhos de Deus.
*Deus e doador do reino, os homens podem pregar o reino, mas somente Deus dara, Lc 10.9 Lc 12.32.
*A Igreja e a estrutura do reino de Deus, coluna e firmeza da verdade Mt 16.19
*Jesus e o Rei, dai que devemos obedecer suas palavras. Jesus disse : quem quardar as minhas palavras, meu pai o amar’a, viremos para ele e faremos nele morada.
*O Espirito Santo e a dinamica do reino de Deus, inaugurou a Igreja com poder Pentecostal e Ele convence o homem do pecado, da justica e do juizo. Jo 16.8,9,10.
*O evangelho e o poder do reino. Rm 1.16
*Os suditos deste reino sao os crentes que nasceram de novo por obra e graca do espirito santo. Joao 3.5.
II.3.Por que Deus quis nos dar o Reino?
Porque o reino dos homens havia se corrompido com ganacia, com a mentira, com a vaidade, com a iniquidade, com hipocrisia, com o orgulho, com a devassidao e todas as obras infrutuosas da carne. Por isso o Espirito Santo produz um fruto de gracas que combate essas obras malignas.E acima de tudo porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o filho unigenito para todo aquele que nele cre, nao pereca, mas tenha a vida eterna. Jo 3.16.
II.4.Para que Deus quis nos dar o reino?
Para nos resgatar do reino da trevas e nos tranportar para o Reino do seu filho amado a fim de nos reconciliar com Deus, nos fazendo irreprensiveis para produzirmos bons frutos e Co 1.13,20,22.
E para dissipar o reino das trevas Mt 12.28

II.5.Quem pode entrar no Reino?
Os que praticam o exercicio da cidadania aqui e agora, os que se arrependem e mudam de postura pelo reino, os humildes, os limpos de coracao, os mansos, os pacificadores, os perseguidos por causa da justica, os que ensinam e cumprem os mandamentos, os que praticam a justica, os que fazem a vontade do Pai. Mt 5.1-16.Mt 7.21 Os que vem de longe, do ocidente e do oriente em busca do reino. Mt 8.11.
II.6. Quem nao entrara no Reino de Deus?
Os que confiam em riquezas mt 19.23, Mc 10.23
Os religiosos que nao obedecem a vontade do Pai Mt 7.21 .
Os devassos, os idolatras, adulteros, efeminados,bebados, maldizentes,roubadores. I Co 6.9.
Os impuros, avarentos, o mesmo que idolatria. Ef 5.5.
Os caes,os feiticeiros, os adulteros os idolatras e os mentirosos Ap 22.15 Os injustos I Co 6.9
II.7. O que nao e o Reino de Deus
Nao e monopolio eclesiastico Mt 8.11
Nao e comida, nem bebida, nem consumismo Rm 14.17
Nao e religiosidade Mt 7.21
Nao consiste em palavras persuasivas, mas poder do Espirito Santo I co 4.20
II.8. Qual deve ser nossa postura em relacao ao Reino?
Deve ser buscado com oracao e attitudes Mt.6.33
Devemos buscar a humilde posicao das criancas Mt 18.3
Devemos pregar o Reino e ensinar sobre ele Mc 16.15 Mt 28.19
Devemos priorizar o Reino Mt 6.33
Devemos obedecer o Reino mt 7.21
Orar por sua vinda Mt 6.10
Recebe-lo, herda-lo e possui-lo Mc 10.15 Mt 25.34
Entrar nele Mt 23.13
Procurar por ele Lc 23.51
Esperar por sua vinda Mc 15.43
II.9.Quais sao os misterios paradoxais do Reino?
Nem todos tem o privilegio de conhece-lo Mt 13.11
O reino e dos pequenos mt 18.3
Os primeiros serao os ultimos e os ultimos serao os primeiros no Reino
Meretrizes e pecadores precedem religiosos no reino Mt 21.31
O reino sera tirado de muitos religiosos e dado a quem produz frutos. Mt 21.43
O reino de Deus nao vem com aparencia Is. 53 Lc 17.20
Satanas oferece a beleza e a gloria deste mundo em troca do Reino de Deus
Lc 4.5,6
Os pobres sao fortes candidatos ao Reino de Deus. Lc 6.20
O menor no reino de Deus e maior do que o maior no reino dos homens. Lc 7.28
Muitos convidados ficarao de for a do reino, e muitos nao convidados entrarao no reino de Deus. Lc 14.15-18
No reino dos homens, voce ganha quando conquista.
No Reino de Deus voce ganha quando abre mao Mt 10.39
No reino dos homens voce ganha ajunta
No Reino de Deus voce ganha quando entrega mc 8.35
No reino dos homens voce ganha quando e esperto
No reino de Deus, voce ganha sabe esperar e confiar Sl 125.1
No reino dos homens voce ganha quando esta por cima
No reino de Deus voce ganha quando esta por baixo.Lc 7.28
No reino dos homens voce ganha quando esta sob holofote
No Reino de Deus voce ganha quando esta em oracao no anonimato Mt 14.13
No reino dos homens voce ganha quando e chefe
No Reino de Deus voce ganha quando e servo Mt 23.11
No reino dos homens voce ganha quando todos falam bem de voce
No Reino de Deus voce ganha quando e caluniado mt 5.12
No reino dos homens voce ganha quando e orgulhoso e nada lhe falta
No Reino de Deus voce ganha quando aprende depender de Deus.Pv 30.8
No reino dos homens voce ganha quando e consumista
No reino de Deus voce ganha quando se contenta com o que tem. Fp 4.8
No reino dos homens voce ganha quando e ansioso preocupado com as coisas materiais.
No Reino de Deus voce ganha quando descansa e confia.Mt 6.25
No reino dos homens voce ganha quando corre
No Reino de Deus voce ganha quando confia e aproveita as oprotunidades.Ec.9.11

II.10 O Reino de Deus e comparado:
A parabola do trigo e joio
Ao grao de mostarda
Ao homem que encontrando o tesouro, vende o tesouro e compra o campo. Mt 13 .44
A rede que apanha todo tipo de peixe e os pescadores selecionam os bons mt 13.48
Ao Rei que convidou nobres, e depois convidou pobres e marginalizados.Mt 22.2
A mulher que poe fermento na massa para fazer pao. Lc 13.20
A parabola do filho prodigo
A parabola do samaritano

II.11.Consideracoes finais sobre o reino de Deus.
Quem priorizar o reino sera recompensados muias vezes e reconhecido pelo Pai. Lc 18.29 19.11-27
O ladrao da cruz deu o ultimo brado em busca do Reino e alcancou a graca de entrar no reino no mesmo dia.Lc 23.42
Na perseguicao, os apostolos exortavam os crentes a perseverar na fe, pois, por muita tribulacao importa entrar no reino de Deus. Atos 14.22
O reino de Deus nao pode ser abalado Hb 12.28
A entrada no Reino e seu percurso se faz com diligencia II Pe 1.10
No juizo final o reino dos homens que e deste mundo passara a ser do Senhor e do seu Cristo e ele reinara para todo sempre Ap 11.15
Depois do juizo final e de ter feito novo ceu e nova terra, o Senhor chamara seus escolhidos dizendo: vinde benditos de meu pai possui por heranca o Reino que esta preparado deste a fundacao do mundo, porque tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; era forasteiro e me acolheste; estava nu e me vestistes; adoeci e me visitastes; estava na prisao e fostes ver-me. Mt 25.31 a 40.

terça-feira, 30 de agosto de 2011




3 CONFERENCIA TEOLÓGICA DO CONSELHO DE EDUCAÇÃO NO CENTENÁRIO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS EM CUIABÁ.
Nos dias 26 a 28 de agosto do corrente ano, foi realizado a 3 conferencia teológica do conselho de educação da CGADB. Os conferencistas foram os Pastores: Altair Germano, Douglas Batista e Jesiel Padilha. Na ocasião foram abordados temas pertinentes a teologia na ótica das questões cotidianas da Igreja. O Pastor Sebastião Rodrigues congratulou o Conselho e a CGADB pelo evento e pela visita da DRa Linda Goulart, digníssima assessora do Ministro da educação Fernando Hadad.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Espiritualidade

A ESPIRITUALIDADE DE JESUS

O ponto mais alto da espiritualidade judaica era o zelo extremado com os detalhes rituais da liturgia veterotestamentária. O estereótipo religioso, como vestimentas, textos bíblicos escritos na testa e nos braços, bem como o ato de lavar as mãos antes das refeições; eram cuidados especiais que denotavam uma verdadeira espiritualidade. A concepção de espiritualidade adotada pelos judeus esbarrou muito com a espiritualidade de Jesus, pois esse não mediu a espiritualidade de alguém pelo perfil que os religiosos adotavam naquela época. Para o judaísmo havia um maniqueismo religioso que separava atitudes sociais de atitudes espirituais. Fazer compras ou passear seria para o judeu uma atitude carnal, já caminhar para o templo recitando trechos da bíblia seria uma atitude totalmente espiritual.

Jesus foi questionado por uma mulher sobre a dimensão geográfica da espiritualidade, mas para sua surpresa, ela aprendeu que a verdadeira espiritualidade deveria transpor a dimensão geográfica, bem como o êxtase religioso momentâneo. Jesus afirmou categoricamente para a mulher que foi evangelizada no poço de Samaria que a verdadeira espiritualidade não estaria nem no monte gerezim, nem em Jerusalém, mas sim num coração sincero que quisesse adorar a Deus em espirito e em verdade. Para Jesus não importa onde se vai, mas como se vai. Alguém pode estar indo á Igreja com uma atitude que não glorifica a Deus, enquanto alguém pode estar indo para a sorveteria com sua família de uma forma que as pessoas ao observarem a atitude dessa família ficariam admiradas com a educação, cordialidade, respeito e testemunho cristão que deveria ser peculiar das pessoas que se dizem seguidoras de Jesus. Para Jesus a verdadeira espiritualidade tem tudo a ver com nossos atos singelos de solidariedade e altruísmo. Conforme a declaração de Zaqueu que ao ter um encontro com Jesus expressou fervorosamente. “Tenho dado metade dos meus bens aos pobres, se tenho roubado alguém restituirei quatro vezes mais...” Jesus sabia que o propósito fervoroso de Zaqueu era sincero. Não como o fervor do povo de Israel que ao contemplar o monte fumegar exclamou:...”Tudo que o Senhor mandar faremos...” no entanto, alguns dias depois, ao perceber a ausência do profeta, fizeram bezerro de ouro, prostrou diante dele como sendo seu deus. Não como o fervor do jovem que queria seguir Jesus, mas ao perceber que Jesus não tinha onde reclinar a cabeça desistiu minutos depois.

Quantas pessoas nos dias atuais têm procurado uma espiritualidade momentânea, mas vindo as lutas ou dificuldades, elas se tornam queixosas da sorte. Quantas pessoas têm ostentado uma espiritualidade de aparência, enquanto Jesus foi elogiado por um rabino declarando abertamente sua sinceridade - “... sabemos que tu és mestre, vindo de Deus e não olhas para a aparência, mas julgas retamente...” Muitas pessoas tem se apresentado nos cultos com um perfil espiritual de chamar atenção das pessoas, mas será que essas pessoas tem tido um perfil espiritual no dia a dia com a família, com os colegas de trabalho ou de escola.

Certa feita eu estava pregando em uma Igreja e do meu lado esquerdo havia um diácono que gritava glória a Deus bem alto, a ponto de me atrapalhar o raciocínio. Aquilo me causou um mal estar e derepente eu disse: algumas pessoas são espirituais na igreja, dando glória Deus alto, mas em casa Deus não é glorificado com suas atitudes. Essas pessoas muitas vezes são péssimas como pais de família. Quando eu disse essas palavras, aquele Diácono parou de glorificar a Deus e isso até o fim do culto. Ao terminar o culto a esposa do pastor daquela Igreja me disse: pastor! Este irmão que estava dando glória a Deus alto é um péssimo marido, sua esposa sempre está reclamando do seu machismo e de sua truculência dentro do lar. Na verdade eu não conhecia o irmão, mas minha colocação caiu como uma luva para aquele indivíduo. É verdade que Jesus valorizou o ritual sincero, valorizou o fervor momentâneo no culto, pois ele mesmo glorificou ao pai, ele foi batizado num ritual religioso judaico de purificação. Mesmo sendo ele o salvador-convinha que se cumprisse às escrituras. João viu uma pomba representando o Espirito Santo, a voz do pai foi ouvida. O povo glorificava a Deus quando Jesus operava milagres. Os crentes falavam em línguas no dia do pentecostes. Tudo isso faz parte da espiritualidade e Deus exige de nós. No entanto essas atitudes de espiritualidade nem sempre denotam o conceito verdadeiro de espiritualidade. Para Jesus a espiritualidade esta no culto, mas ela continua no trabalho, na escola, na rua e em casa. Tudo que fazemos na definição de Jesus deveria ser encarado como espiritualidade. Os rabinos por encarar a refeição como um ato carnal e ganancioso, lavavam as mãos repetidamente por sete vezes, recitando salmos para mostrar que eram comilões, mas espirituais. A Igreja medieval encarando o sexo como um ato carnal e diabólico, chegou ao absurdo de proibir o casamento para sacerdotes e ainda ensinou a grande heresia de que o sexo deve ser exercitado só para a procriação. Jesus ensinou que a verdadeira espiritualidade vem de dentro para fora e que qualquer ato que fazemos deveria ser encarado como sendo espiritual, pois tudo vem de Deus. Se me divirto com modéstia e respeito ao próximo, isso deve ser encarado como espiritual, se trabalho para sustentar minha família, isto deve ser encarado como espiritual, pois tudo vem de Deus, a saúde, o pão de cada dia, os livramentos, a adversidade e a vitória vêm de Deus.

Quando pratico atos de solidariedade sou espiritual, se caminho para igreja, sou espiritual, se caminho para escola, sou espiritual, pois lá me comporto como cristão e muitos vêem em mim, atitudes que glorificam a Deus, portanto me torno espiritual.

Eu conheci um crente que trabalhou comigo quando eu servia a Marinha do Brasil no Rio de Janeiro. Este era um crente fervoroso, todo dia de manhã ele dizia: o culto ontem foi uma benção, e isto ele dizia bem alto para todos ouvirem. Aquele irmão falava de Jesus, falava do evangelho, cantava hinos nos corredores do quartel. No entanto eu observava que aquele irmão tinha um comportamento bastante mesquinho em relação ao próximo. Toda a vez que alguém precisava de um favor dele, dizia: não posso, vai me incomodar, não tenho, vai me lesar. Aquele militar cujo estereotipo religioso já era bem conhecido no quartel, volta e meia passava alguém para trás com suas atitudes de furar fila, deixar de cumprir suas obrigações, sobrecarregando os demais etc. Um dia algo me chamou bastante atenção numa de suas atitudes, não que eu me considerasse mais santo do que ele, mas foi algo que me incomodou. Mesmo com todas as minhas falhas. Ele estava terminando de almoçar no interior do refeitório e ao lado do seu prato havia duas bananas que fora servido como sobremesa. E como no quartel, quem chega atrasado ás vezes perde a sobremesa, eis que um militar assentou do seu lado e pediu-lhe uma banana, em virtude de ter acabado todas as bananas. Ao ser abordado pelo colega que não era de sua religião, o referido irmão fervoroso retrucou: não vou te dar nenhuma banana, pois você sabe muito bem que na Marinha quem chega por último, perde a sobremesa. Mas o colega insistiu dizendo: e aquele versículo da bíblia que nos ensina a repartir o pão. Pois que eu saiba, você é um cristão. O irmão fervorosamente treplicou: a bíblia ensina a repartir o pão, não a banana. O “ímpio” emudeceu, engoliu a seco e ficou sem a sobremesa, enquanto o “espiritual” comia as bananas despreocupadamente.

O grande pacifista Mahatima Gandi, libertador da Índia, sendo conhecedor das escrituras sagradas, principalmente o Novo Testamento, mesmo não sendo seguidor do cristianismo, ficava impressionado com a atitude de alguns cristãos. Especialmente quando morou na Inglaterra, onde estudou Ciências Jurídicas. Ao passear num final de semana em frente de uma Igreja protestante histórica. Ouvindo o belo som musical de louvor a Deus, resolveu entrar pela primeira vez numa Igreja cristã, já que os ensinos de Jesus o haviam causado boa impressão. Mas para sua surpresa, ao tentar entrar pela porta principal, foi barrado e impedido pelo diácono, que justificou o impedimento de entrar no culto, em razão da sua cor de pele ser morena. Um dia, quando morava na África do sul, foi empurrado da calçada para a rua por um religioso que vinha de um culto fervoroso, pelo fato de haver naquele país o costume de que um homem de pele morena jamais poderia andar numa calçada naquela cidade. Pois segundo os habitantes daquela cidade, os negros e morenos deveriam caminhar pela sarjeta, correndo o risco até de serem atropelados.

A verdadeira espiritualidade cristã foi tão deturpada ao longo dos anos que muitos países que poderiam se tornar cristãos optaram pelo islamismo, budismo, hinduismo e outros segmentos religiosos. A Índia é um grande exemplo disso, caso o diácono deixasse Gandi adentrar no templo, e caso ele se convertesse, poderia ganhar toda Índia para Jesus.

No século XIX, muitos “avivalistas” da Europa e América do Norte, que se diziam tão espirituais, não moveram uma palha para combater a segregação racial, bem como a injustiça e humilhação pelas quais passaram os negros. Aliás, muitos deles tinham até escravos que os carregavam nas costas, para os transportarem ás cruzadas de evangelização. Submetiam os negros a humilhações, surrando-os diante de todos, simplesmente por causa da cor de suas peles.

Ainda hoje o conceito de espiritualidade tem sido distorcido por religiões que matam, trucidam e aterrorizam o mundo em nome de Deus, em nome de uma falsa espiritualidade, falsa religiosidade. A verdadeira espiritualidade, no entanto, é a que produz o fruto do Espírito: Amor, bondade, longanimidade, paz, fé, temperança, benignidade, moderação, domínio próprio. Contra essas coisas não lei que possa superá-las. I Cor. 14.

Jesus não procura ostentar espiritualidade, pois ele já é espiritual em todos os sentidos. Ele não se preocupa em se apresentar como espiritual, tampouco fingir estar em êxtase pentecostal. Suas maiores mensagens são pregadas estando ele assentado no meio do povo. Ele não grita, não uso mecanismos para emocionar as pessoas, ele não aceita desafios para realizar façanhas mirabolantes com o fim de mostrar seu poder, mas cura e expulsa demônios quando lhe convém. Quando Jesus prega, não diz que Deus está mandando falar, ou que está sentindo algo extraordinário, pois sem ele dizer, todos percebem que é o próprio Deus falando e que algo extraordinário está realmente acontecendo. Ele não usa artimanhas para manipular as pessoas, mas através de perguntas e respostas leva as pessoas a refletir e tirar suas próprias conclusões. Ele não diz que passou a noite em oração, pois todos sabem que ele é um homem de oração. Ele não precisa dizer que jejuou, pois todos sabem que ele é abstêmio e altruísta. Ele não faz encenação para representar algo que não é. Mas através de palavras atos e postura leva as pessoas à busca da verdadeira espiritualidade-aquela que é duradoura. Jesus não força situações, mas procura abordar as pessoas objetivando levar essas pessoas a tomar uma decisão contundente, aquela de segui-lo, deixando os embaraços para trás. Sua homilia é simples, mas faz tocar profundamente as pessoas. Quando prega no último dia da festa, exclama:...”Quem tem sede, vem a mim e beba...” A palestina era uma região árida, onde fazia 50º de calor, a água para beber era mais caro do que o vinho e o leite, portanto a água era considerada líquido de grande valor para os habitantes daquela região. Sem água o ser humano não sobrevive, destarte Jesus usa esta metáfora para orientar o povo que está morrendo espiritualmente de sede. Os servos dos sacerdotes que foram prendê-lo, voltaram surpresos com a autoridade e unção com que Jesus pregou, que disseram para seus chefes: nunca alguém falou como este homem.

A espiritualidade de Jesus é um ato de responsabilidade que implica em muitos aspectos de nossa vida. O culto a Deus, os momentos de oração, pois assim Jesus fazia, se retirava para meditar e falar com Deus. As consagrações específicas, como jejum e principalmente o exercício de santificação. Na concepção de Jesus todas essas atividades são necessárias, mas visam um só propósito-o crescimento do reino de Deus, e isto se faz com religiosidade na prática, aquela do dia a dia. Aquela que vive na prática o que prega na teoria, aquela que não espanta as pessoas, mas atrai-as. Aquela que revoluciona. Que transforma vidas, que modifica o comportamento das pessoas. Que ajunta, ao invés de espalhar. Que soma, ao invés de dividir. Que reparte ao invés de mesquinhar. Que socorre ao invés de omitir. Que caminha, ao invés de parar. Que acolhe ao invés de espalhar.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Princípios de Interpretação

PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Os princípios de interpretação bíblica são essenciais para o estudante da Bíblia, já que ela é objeto de nosso estudo. O conceito ortodoxo de que a Bíblia é a palavra de Deus pode levar alguém a pensar que basta abrir a Bíblia e sair interpretando de qualquer maneira e estaremos recebendo a mensagem de Deus.
É exatamente aí que está problema, pois a não observância desses princípios pode levar o pregador a distorcer o sentido do texto e transformar palavra de Deus em palavra de homem ou até mesmo de Satanás. Foi o que ocorreu com Eva no Éden, o que era palavra de Deus Satanás distorceu o sentido, transformando em sua própria palavra. Por isso Karl Barth, o Pastor suíço Pai da Neo-ortodoxia teológica propôs a idéia de que a Bíblia se torna a palavra de Deus na medida em que eu tenho um encontro com Deus através da Bíblia e na medida em que haja probidade em sua interpretação.
A imperícia hermenêutica, i.e., a não observância de alguns princípios tem produzido sectarismo e facção no meio do povo de Deus. A própria história da Igreja está permeada de guerras e contradições, porque a Igreja acreditava estar interpretando a Bíblia corretamente. Já houve caso de castração por parte de líderes da Igreja primitiva, como ocorreu com Orígenes, um dos pais da Igreja no século II, que se castrou ao interpretar ao pé da letra o texto de Mt 5. 29. Já houve casos de sacrifícios de crianças e até prática de suicídio. Todas essas barbaridades foram cometidas por pessoas que acreditavam estar fazendo a vontade de Deus e acreditavam estar interpretando a Bíblia corretamente. Por isso Hermenêutica é um assunto atual e imprescindível para os dias que vivem.
A base da hermenêutica é cristocentrica, a Bíblia deve ser interpretada a partir de Jesus. Ele é o verbo vivo de Deus Jo 1.1

I.TEXTO E O CONTEXTO

Este princípio tem sido o mais negligenciado na abordagem bíblica, principalmente por muitos pregadores que se atém a um único texto, não observando o contexto, i.e., o que vem antes ou depois. E munidos desse texto isolado saem disparando suas manias e crendices de cima dos púlpitos das Igrejas dizendo: ``Não sou eu que estou dizendo, é a Bíblia``.
Qualquer pessoa pode usar a Bíblia para defender um conceito, seja verdadeiro ou falso, veja alguns exemplos: No Salmo de nº 53 na segunda linha do primeiro versículo está escrito: ``Não há Deus``, mas o que vem antes diz: disse o néscio no seu coração. Em I Cor. 15.18 está escrito: E também os que morreram em Cristo estão perdidos. Mas no versículo anterior diz: Se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. Em II cor. 3.6 está escrito que a letra mata, mas Paulo jamais quis dizer que ser um crente erudito caracteriza esfriamento espiritual. Pelo contrário, neste capítulo Paulo faz um paralelo entre Antigos e Novos Testamento, entre Moisés e Paulo, tendo em vista que Moisés escreveu quase um terço do Antigo Testamento e Paulo quase um terço do Novo. Moisés foi Ministro da palavra no Antigo Testamento e Paulo Ministro da palavra no Novo. Se, foi glorioso para Moisés escrever o Antigo que ordenava a morte do pecador, quanto mais para Paulo, visto que o Novo ordena a vida eterna, pois a Letra do AT mata, enquanto no NT, o espírito vivifica. Só lendo o capítulo é que vem a tona uma compreensão mais clara do que Paulo quis dizer.
Além do contexto próximo, não se pode desprezar o contexto remoto, aquele à luz de toda a Bíblia. Quando Jesus cita algum personagem do Antigo Testamento para nos ensinar alguma lição, só podemos entender melhor essa lição se conhecermos toda a história daquele personagem do Antigo Testamento, para tanto é preciso recorrer ao texto no Antigo Testamento para elucidar um texto no Novo.
A Bíblia não diz explicitamente quantos dias a família de Noé ficou na Arca, mas se fizermos as contas no capítulo anterior e posterior, chegaremos ao número de 371 dias. Paulo diz que raspou a cabeça porque tinha voto. Só iremos entender esse tipo de voto se abrirmos a Bíblia em Números 6, o texto que explica esse tipo de voto. Buscar um texto remoto é recorrer em toda a Bíblia para buscar referencias que dizem respeito ao texto estudado.
O Apostolo Pedro deixou uma grande contribuição para a Igreja nesse sentido. Veja II. Pedro 1.20 Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Exemplo: Marcos 16.16 Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer estará condenado. Se este versículo não for analisado à luz das escrituras, i.e., numa compreensão mais ampla do batismo em outros textos da Bíblia, então poderemos defender a postura radical de que o batismo é um ato regenerador e que as águas limpam os pecados literalmente. Mas se entendermos o significados do batismo em outros ensinos de Jesus e de Paulo, chegaremos a conclusão de que o Batismo é um ato simbólico visível diante da Igreja de que somos regenerados, uma demonstração de que entramos no reino de Deus presente.



II.MANDAMENTOS E RECOMENDAÇÕES

Como a Bíblia é a palavra de Deus e nela buscamos atender a voz de Deus em obediência, a tendência é acreditarmos que tudo que está escrito na Bíblia é um mandamento que devemos cumprir hoje. Mas nem sempre se deve abrir a Bíblia e sair cumprindo o versículo em tela, pois isso poderá causar–nos alguns problemas. É preciso saber diferenciar mandamento permanente de recomendação temporária. Se um crente a abrir a Bíblia dizendo: `` Senhor fale comigo`` e ao abrir se deparar com o texto de II Tim 4.13 é possível que este crente seja impelido a comprar uma passagem aérea para Troas com vistas a buscar a capa e os livros de Paulo. Acontece que a capa e os livros de Paulo não existem mais, seria perder tempo e dinheiro. A recomendação é temporária, pois estava sendo feito o pedido para Timóteo buscar os livros e a capa de Paulo que estava em Troas.
O estudo da palavra de Deus está em duas esferas: O que disse e o que diz. O que disse é o que foi dito na época em que foi escrito, ou seja, é o método que chamamos de exegese, depende do conhecimento da língua do contexto religioso, político, econômico, cultural da época em foi escrito.
O que diz é a aplicação para o nosso dia-a dia, é o que todo mundo busca na Bíblia. É o que Deus quer falar comigo aqui agora, preciso de uma palavra. É a aplicação para minha vida pessoal. O que diz é exatamente o estamos fazendo, estudando hermenêutica. Interpretar a Bíblia é fazer hermenêutica, e isso é aplicar os ensinos da palavra de Deus para minha vida hoje. Exegese é um trabalho mais técnico que visa extrair do texto Bíblico original, isto é, traduzir do idioma que foi escrito os textos bíblicos, visando elucidar os pontos mais obscuros e polêmicos da Bíblia.
Deve-se buscar uma vida piedosa fazendo hermenêutica, devo sempre que possível, dos textos escolhidos aplicar para minha vida hoje. No caso da capa de Paulo, seria absurdo cumprir a recomendação, mas a lição de que devo ter cuidado com meus livros e com minha aparência pessoal é pertinente. O fato de estar isento da recomendação temporária não excluiu o leitor de tirar alguma lição bíblica para os dias de hoje.
Se eu abrir a Bíblia em gálatas 6.7, deparo-me com um mandamento permanente, do qual terei que cumprir a risca, pois assim está escrito: Não erreis, de Deus não se zomba, pois tudo que o homem semear isto também ceifará. Escolhi alguns textos como exemplo do que é mandamento permanente e recomendação temporária.

Exemplos de recomendações temporárias:
*Não cumprimentar as pessoas. Lc 10
*Não carregar dinheiro no bolso.
*Não carregar malas com roupa de reserva.
*Evangelizar de dois em dois.
*Lavar os pés dos ouros.
*Comer na casa dos crentes por algumas semanas Lc. 10.7
*Sacudir o pó dos pés por não ser bem recebido.
*Comprar armas para se defender Lc 22.36
*Beijar todos os crentes ao cumprimentar.
*Usar o véu ou se comportar de acordo com os costumes da época.
*Tomar vinho para sarar estômago.
*Tomar bebida forte uma vez por ano. Dt 14.26
*Não permitir que mulher fale ou ensine na Igreja.

Exemplos de Mandamentos permanentes:
Não adulterar Gn 5
Não matar.
Não se tornar falsa testemunha.
Não roubar.
Não difamar.
Não odiar.
Fazer o bem Gl 6.7.
Orar sempre.
Perdoar.
Compreender os outros.
Amar o próximo
Ser pacífico.
Não fazer o mal.
Não irritar os filhos
Amar a esposa.
Exercer a cidadania.
Adorar somente a Deus.
Guardar um dia da semana para reflexão e descanso físicos.
Não tomar o nome de Deus em vão.
Obs As recomendações temporárias não devem ser confundidas com os mandamentos permanentes. Paulo faz recomendações para Igrejas da Grécia que jamais poderia fazer para um judeu. Paulo recomenda costumes para crentes romanos que jamais poderia recomendar a gregos ou judeus, devido suas diferenças culturais. O evangelho permeia e transpassa as barreiras culturais da época e do tempo.

III.REGRA POR IMITAÇÃO

Um dos maiores equívocos cometidos pelos cristãos ao longo da história foi usar a Bíblia come regra de fé por imitação. Este princípio causou danos irreparáveis ao mundo cristão e nada contribui para o engrandecimento do reino de Deus na terra. A Bíblia é a palavra de Deus e regra de conduta e fé dos cristãos, mas não devemos confundir regra de fé com regra por imitação. Alguns crentes abrem a Bíblia, se empolgam com as atitudes dos heróis da fé e saem imitando os seus feitos. Isso pode se tornar muito perigoso. Davi foi homem de Deus, no entanto cometeu adultério, cometeu crime culposo e foi relapso com a criação dos seus filhos. Abraão orou debaixo da arvore por ter herdado crendices de seus ascendentes. Noé tomou um porre de vinho e se embriagou. Paulo raspou a cabeça por respeito a um voto feito pelos seus Pais. O voto de nazireu era por tempo determinado e por tempo indeterminado. No caso de Paulo era por tempo determinado. Pedro negou Jesus. Josué teve ciúmes dos profetas que auxiliavam Moisés. A Bíblia não é um livro para se ler e sair imitando o que os homens de Deus fizeram. É necessário que o estudante tenha um senso crítico para absorver os atos bons e rejeitar os atos indecorosos. Os amigos de Jô proferiram muitas palavras e algumas pessoas repetem suas palavras como sendo palavra de Deus por estar registradas na Bíblia, no entanto no final do livro de Jô está escrito com todas as letras que eles não falaram corretamente perante Deus.

IV.CONTEXTO CULTURAL

Quando nos deparamos com dificuldades para compreender algum texto, não podemos desanimar. É preciso que o estudante tenha garra e determinação na busca da compreensão do texto. Não podemos ignorar que há um abismo histórico e cultural entre nós e os acontecimentos bíblicos. O estudante pode fazer uma ponte entre esses abismos. Para tanto é preciso recorrer a livros que tratam do assunto. Existem bons livros que abordam os costumes e valores culturais daquela época. Temos um exemplo simples, mas que nos ajuda a compreender porque Jesus disse que vinho novo em odre velho estraga o vinho e o odre. Ocorre que, o odre era de couro de animais, o vinho ao fermentar esticava o odre de couro novo, mas se o odre de couro fosse velho, por não ter mais o que esticar estourava e o vinho entornava. Em João 10 nos deparamos com uma doutrina, cujo ensino apresenta Jesus como bom Pastor, mas entender melhor esse ensino é preciso conhecer o contexto cultural, ou seja, os costumes e valores daquela época. Jesus diz que é o bom pastor e que quem entrar por ele, entrará e salvar-se-á e achará pastagem.O termo entrar e sair se torna incompreensível para nós se não conhecermos a cultura da época. Ocorre que naquela época os pastores improvisavam currais de pedra no deserto, isto é, construíam abrigo para guardar as ovelhas à noite e de manhã soltava-as para pastar. De noite as ovelhas se salvavam das feras e de manhã cedo saiam para comer. Havia no aprisco uma porta de acesso para as ovelhas, da qual ficava um pastor de guarda, por isso o ladrão não entrava por ela, mas furtava por cima da mureta do aprisco que tinha quase um metro de altura, daí se compreende porque Jesus disse que o ladrão não entra pela porta. Também se explica porque Jesus se comparou à porta. A metáfora é pertinente quando Jesus me diz sou a porta, pois a porta permitia o acesso da salvação das feras no deserto, como também o acesso para sair e se alimentar de manhã.
Às vezes não entendemos porque alguns nomes se repetem na Bíblia anos depois, como no caso de Abimeleque. Ele aparece em Abrão e depois aparece na história de Jacó. Ocorre que Abimeleque não é nome próprio. Aqui é uma questão gramatical. Ab significa pai, melek significa reino, portanto Abimeleque significa pai de um reino ou de uma dinastia. Como seu nome foi desconhecido, o rabino que escreveu a história usou seu título.Ebedmeleque o servo que levou pão para Jeremias se enquadra na mesma situação. Ebed significa servo, Meleque significa Rei, portanto servo do Rei era um título e não nome próprio.Há muitas outras situações que nos trás dificuldade de compreensão por ignorarmos o contexto gramatical histórico e geográfico, por isso é preciso ter paciência e dedicação na busca da compreensão.O principiante pode então questionar: ``então para eu me salvar terei que ser um exímio exegeta ou perito em hermenêutica``? A resposta é não. Uma criança de cinco anos lê a Bíblia e compreende seus textos, até porque uma das regras da hermenêutica é partir sempre do simples para o complexo. Devemos sempre interpretar partindo da compreensão mais simples do texto e não o contrário.Devemos interpretar partindo do literal para simbólico, quando não couber uma coisa devo encaixar outra, mas não podemos interpretar como se tudo fosse literal, ou como se tudo fosse simbólico.
Os judeus acreditavam que algumas enfermidades eram para morte, portanto, não se devia orar. Acreditavam que algumas enfermidades caracterizavam maldição divina, assim pensavam que Deus queria matar a pessoa enferma, por isso o rabino no livro de Êxodo, escreveu que Deus queria matar Moisés. Seria um paradoxo Deus querer matar um homem que seria o libertador do povo de Deus.
Em Atos 18.18 Lucas escreve que Paulo raspou a cabeça porque tinha voto para cumprir, para entender esse voto é preciso ler e entender Números 6.18. O voto do nazireado era feito por uma mulher que ao nascer o filho o separava para servir a Deus. Nesse caso o menino nazireu não podia cortar o cabelo, nem tocar em cadáver, ou degustar qualquer alimento proveniente da vide. O voto de nazireu era por tempo determinado, ao cumprir os anos do nazireado, era exigido que se fizesse um ritual e raspasse a cabeça do nazireu.
A circuncisão é outro problema para muitos, ela está intrinsecamente ligada à promessa que Deus fez com Abrão. Por isso quando as crianças judia do sexo masculino nasciam, no oitavo dia a família celebrava o ritual da circuncisão. Era a esperança de que da ponta do pênis da criança sairia o sêmen que geraria a mulher, cujo ventre processaria por obra e graça do Espírito santo o nascimento do messias. Por isso se cortava ao redor da extremidade da glande o prepúcio das crianças do sexo masculino ao oitavo dia, uma ordenança que Deus fez para Abraão e seus filhos para marcar a genealogia do salvador.Era uma marca da promessa divina na descendência de Abraão. Circuncidar significa cortar em circulo, portanto o símbolo da aliança de Deus com essa descendência.O cumprimento dessa promessa com a vinda do Messias deixou de ter significado e importância para o povo de Deus, por isso Paulo proibiu que a Igreja absorvesse costumes judaicos inócuos para os cristãos.
As técnicas gramaticais em hermenêutica são importantes, mas não vamos tratar disso neste capítulo.Queremos abordar aqui as parábolas de Jesus, pois são estórias que desenham um quadro ilustrativo de um sermão. O quadro não se atem a pormenores, mas ao todo do desenho. Há um princípio em hermenêutica que não se deve fazer das parábolas uma colcha de retalhos. A Bíblia diz que toda a escritura é divinamente inspirada, com isso ela quer dizer que só o texto bíblico é inspirado. Os títulos que ficam acima dos capítulos ou de textos bíblicos não são inspirados. Esses títulos foram adicionados posteriormente e mesmo assim eles variam de tradução para tradução, porém todo escopo bíblico é inspirado, inerrante e infalível palavra de Deus. É de vital importância que o estudante da Bíblia não seja leigo nesse particular, veja porquê: nem sempre o título expressa a essência do texto e quando isso ocorre, surgem drásticas distorções interpretativas. A parábola conhecida por “filho pródigo” não representa a doutrina principal do desfecho da parábola. Esse título força uma interpretação de que o pródigo (esbanjador) seria o filho mais novo, aquele que não valorizou os bens do Pai, enquanto o mais velho foi o bom filho, que nunca saiu de casa. No entanto o filho mais novo ao sentir seu estado de miséria e desamparo, refletiu e tomou uma decisão contundente. Ele disse: Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai e dir-lhe-ei; Pai pequei contra ti. Isso denota o quebrantamento do filho, bem como o valor que ele deu à paternidade. Por outro lado, o irmão mais velho não quis admitir o amor e a bondade do Pai para com seu próprio irmão. A parábola termina e não nos consta que ele tenha se arrependido em relação a sua dureza de coração para com o próximo. O título desta parábola cairia como uma luva se fosse assim denominado: A filiação é ato da bondade e da misericórdia de Deus. O mais novo disse: Já não sou digno de ser chamado teu filho, trate-me como um operário. Em gálatas 4.4 está escrito: vindo a plenitude dos tempos Deus enviou o seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, afim de recebermos a adoção de filhos. O filho mais novo apesar de ter esbanjado os bens, se arrependeu e buscou a misericórdia do Pai compreendendo que sua filiação não era um direito próprio, mas um direito que podia ser outorgado pelo Pai. Enquanto o mais velho reivindicou direitos, não valorizou o perdão e a bondade do Pai para com seu próprio irmão, além ser egoísta e legalista. Parece que esse filho representa os crentes legalistas que se autojustificam, mas não vivem a essência do cristianismo que é o amor ao próximo. São os que servem a Deus por interesses e não por amor. Se for que alguém deveria ser rotulado de pródigo no desfecho da parábola, esse alguém deveria ser o filho mais velho que não valorizou o amor de Deus para com o próprio irmão.

Quem já não ouviu pregadores dizendo que Jesus é o bom samaritano, que o hospedeiro é o Espírito Santo, que a estalagem é a Igreja e que os dois denários são dois mil anos. As interpretações fantasiosas que muitos tem produzido desta parábola não representam sua essência doutrinária. Pela regra de hermenêutica aprendemos que não podemos fazer da parábola uma colcha de retalhos, visto que toda parábola tem uma só lição, esposando um único ponto doutrinário. Para entender as parábolas é de suma importância que o estudante conheça o contexto social, econômico, cultural, político e religioso da época em que foi escrito. Dizer que Jesus é o bom samaritano é distorcer o verdadeiro sentido da parábola. Jesus era judeu e não samaritano. Os judeus não se comunicavam com os samaritanos por acreditarem que os samaritanos eram piores que os gentios, devido à miscigenação em que se envolveram. Eles representavam as 11 tribos dispersas que haviam se misturado com gentios, em prejuízo da tradição patrística. Enquanto os judeus preservavam suas tradições religiosas e nacionalistas. Com isso os judeus menosprezavam os samaritanos, rotulando-os de pecadores impenitentes, conseqüentemente os samaritanos se sentiam humilhados. Os judeus não se comunicavam com samaritanos. No capítulo 4 de João está bem clara essa divergência. A mulher samaritana admirou-se pelo fato do Senhor Jesus dirigir-lhe a palavra. Conquanto, a parábola conhecida como “o bom samaritano” deve ser analisado à luz dos acontecimentos da época. O sacerdote pela tradição não podia tocar num morto. O que ele fez? Usou esse pretexto para não socorrer o homem caído à beira da estrada. Afinal de contas, pensou ele, o homem poderia estar morto e na dúvida, preferiu não arriscar. O levita de igual forma, provavelmente estava voltando do culto, já que era o caminho de Jerusalém para Jericó, cidade em que os levitas moravam. O levita passou de lado e possivelmente pensou – se o sacerdote não arriscou, porque me arriscaria. Mas o samaritano que era considerado ímpio aos olhos judaicos, se compadeceu e curou as feridas, deu-lhe provimento e hospedagem. Esta parábola nos ensina uma única verdade - Numa região onde era infestada de religiosos, levou muito tempo para alguém socorrer um necessitado e mesmo quando apareceu alguém para socorrer, esse alguém era irreligioso, um samaritano. O cerne doutrinário desta parábola reflete nossa omissão em ajudar pessoas, com pretexto de termos compromissos religiosos. Esquecemos o que Jesus disse: “quando fizerdes qualquer coisa em benefício dos pequenos, estarão fazendo a mim”. Muitas vezes nós que sabemos fazer o bem, não fazemos, volta e meia nos deparamos com pessoas que consideramos ímpias; ajudando as pessoas. Ninguém melhor do que nós que conhecemos o poder do evangelho está apto a ajudar as pessoas em curto prazo quanto em longo prazo.

A parábola em questão constitui lição de moral para nos incentivar a ajudar as pessoas. Era exatamente isso que Jesus queria ensinar aos religiosos conservadores de tradições, que não eram misericordiosos. Deus, já no Antigo Testamento havia alertado o povo dizendo: “misericórdia quero e não sacrifícios”. O salmista Davi disse que o sacrifício para Deus é ter um coração quebrantado. Portanto aí está o ponto chave da parábola conhecida como “o bom samaritano”. O que passa disso é mera especulação.
Fica claro e explícito que conhecer o contexto cultural, social,econômico, religioso e político da época em que foi escrito a Bíblia é de vital importância para o estudante que se esmera em aplicar da melhor forma possível a palavra de Deus àqueles que o ouvem. Paulo tinha essa preocupação, por isso advertiu Timóteo dizendo: ``persiste em ler e ensinar`` alem dessa recomendação escreveu admoestando que o obreiro deve ser apto para ensinar e que deve estar aprovado como obreiro que não tem de se envergonhar e que manja bem a palavra da verdade.







O Pr. Jesiel Padilha , diretor do Seminário Teológico Querigma, Bacharel e Mestre em Teologia, Pedagogo e Militar federal da Marinha do Brasil.

Por que sofremos

O sofrimento é parte integrante da vida do ser humano, por isso todos sofrem. O sofrimento é intenso e doloroso quando perdemos pessoas que amamos. Sofremos intensamente quando sentimos dor física, seja de parto, de rim ou de coluna. No entanto, a dor do sofrimento tem sido muito mais dramática e intensa na vida de alguns, enquanto de outros, nem tanto. Isso ocorre quando encaramos o sofrimento por vários ângulos. Ou seja, não é tanto a tragédia em si que nos faz sofrer, mas a forma que encaramos a tragédia. Nos países de cultura religiosa, cuja crença sedimenta-se na premissa de que não há vida pós-morte, a morte passa a ser encarada com mais dramaticidade e frustração do que nos países em que se crê que após a morte irão rever seus entes queridos. Quando perdemos bens materiais também sofremos intensamente, há pessoas que até suicidam, mas esse sofrimento pode ser minorado e muito por pessoas que não valorizam bens materiais. A filosofia oriental budista propõe que o segredo da felicidade está na supressão dos desejos. Ou seja, se eu perder um bem, mas não perder a saúde e a vida, é como se nada tivesse perdido. Se alguém está acostumado comer em tigela ou travessa, o dia que precisar comer de pires, será como se o mundo tivesse desabando. Os que exercitam essa supressão do desejo, ou seja, aqueles que são comedidos e abstêmios encaram a perca com pouca intensidade, portanto sofrem menos. O ilusionismo, crença da filosofia budista, propõe que tudo que é belo é ilusão, ou seja, se é ilusão, o dia que as pessoas que acreditam nisso perderem seus bens, encararão a perca das coisas belas com menos intensidade do que os materialistas. O ascetismo, crença segundo a qual o ser humano deve abrir mão de bens materiais para ser feliz, está enraizado em quase todas as culturas religiosas. João Batista era asceta no sentido mais lato da palavra, ele seguia uma rigorosa dieta alimentar da tradição judaica, vestia uma roupa ultrapassada para sua época e pregava contra o descontrole dos desejos sexuais. Jesus foi analisado por muitos estudiosos como adepto da filosofia sínica, teoria segundo a qual, o desprendimento dos bens materiais redundava em alto valor moral e religioso. No entanto, não obstante o mestre Jesus ter ensinado a abstinência, jamais usou isso para demonstrar valor moral e religioso, o que muitos faziam ao dar grandes quantias de esmolas. Certa vez Diógenes que era filosofo sínico, ao chegar na casa de Platão, fez a seguinte pergunta: posso pisar com meus pés sujos e pobres na sua vaidade, se referindo ao tapete vermelho de Platão, Platão retrucou: pode limpar sua vaidade na minha vaidade. Com isso aprendemos que usar a abstinência para tirar proveito religioso não é salutar, mas aprender com Jesus a viver uma vida feliz aqui na terra é salutar e vale a pena. Jesus disse que o ser humano vale mais do que todo o universo cósmico. Ele disse que a vida de um homem ou mulher não se resume nos bens que possui. Ele ensinou investir no ser humano ao invés de acumular riquezas. Ele ensinou a Paulo que nos ensinou, que nada trouxemos para este mundo quando fomos paridos, e nada levaremos daqui quando partirmos para a eternidade. Ele ensinou-nos a entrar em acordo na ante-sala dos tribunais de Justiça. Ele ensinou-nos a rever nossos conceitos para não persistirmos nos erros. Ele ensinou-nos a refletirmos antes de tomar atitudes precipitadas. Portanto, o discipulado de Jesus pode ser um caminho bastante sadio para encarar o sofrimento. Quando sofremos e nos culpamos por isso, o sofrimento se torna muito maior, mas quando nos perdoamos, e pedimos perdão, o sofrimento pode ser minorado. Quando fazemos tempestade em copo dágua, além de sofrermos, fazemos outros sofrerem. Quando somos mesquinhos ao levantarmos questões menores em detrimento das maiores, atraímos um baixo-astral ao nosso redor que gera sofrimento. Quando invejamos ou desejamos o mal, nos apequenamos, nos machucamos e sofremos. Mas quando encaramos as coisas com serenidade, quando perdoamos, quando nos calamos na hora certa e falamos na hora exata, as coisas vão se encaixando, o tempo vai passando, aquilo que encarávamos como mal, passa a redundar em bem, aquilo que era obscuro, logo vem a lume. O que era mau, passa a se comportar como bom. O sofrimento realmente existe, mas saber encará-lo pode amortecer a dor em 80%(oitenta por cento).Há um fato que deixamos passar desapercebidos, é que as coisas que nos inquietam ou que nos faz sofrer, marcam com mais intensidade do que as coisas prazerosas. Por exemplo, se uma pessoa é acometida de uma enfermidade por quinze dias, durante esse percurso ficará a impressão de que o tempo não passou rapidamente. Já, quando essa pessoa goza de perfeita saúde ficará a impressão de que o tempo passou rapidamente. Essa mesma pessoa ficará marcada pelos quinze dias de dor, mas esquecerá que durante outros 350 dias do ano, gozou de perfeita saúde. Uma laranja possui em média 3% do seu conteúdo de sementes, o descuido na hora de chupar a laranja poderá nos causar um desconforto irreparável, provocando até a morte por asfixia em decorrência de uma semente atravessada na garganta. Esquecemos que Deus nos proporcionou as coisas boas da vida para ser desfrutadas, mas também nos ensinou a desviarmos das coisas más. A Bíblia diz : todo dom perfeito vem do Pai da luzes, em quem não há mudança e nem sombra de variação. A vida é boa, não obstante, os obstáculos que surgem diante de nós. Esse desafio de encararmos os maiores problemas e resolve-los só irá nos fazer crescer em graça e amadurecimento cristão.

sábado, 23 de julho de 2011

LICAO BIBLICA ESCOLA DOMINICAL 3 TRIMESTRE

Quer apronfundar no tema Reino de Deus, veja as materias sobre o Reino aqui neste blog

quarta-feira, 20 de julho de 2011

CIDADANIA E CRISTIANISMO

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social. ”

A cultura grego-romana há mais de dois mil anos institui os parâmetros para os processos articuladores da cidadania, como por exemplo, a instituição do senado, do voto, dos direitos e deveres dos cidadãos dentro de um estado organizado por poderes instituídos. Deus, no entanto, já havia se preocupado com isso quando entregou as tábuas da Lei para Moises e outras leis que permitiam garantir os direitos dos judeus dentro da comunidade e regulavam os deveres de cada judeu para o exercício da cidadania do povo de Israel.

As duas tábuas da Lei representavam todo este conjunto de leis do Pentateuco.

I. Cidadania no Antigo Testamento

O Antigo Testamento era uma aliança que visava preservar a cidadania de um povo, fazendo com que este povo desse exemplo positivo ao mundo e através deste povo cumprir a promessa da vinda do Salvador e redentor Jesus Cristo.

A primeira tábua que Moises recebeu escritas pelas mãos do Senhor trazia esta proposta e visava a estabilidade social deste povo. Ela tinha quatro códigos, aquilo que o homem deve a Deus. A segunda tábua com a mesma finalidade tinha seis códigos, deveres do homem para com o homem.

I. Não terás outros deuses.

Este código é pertinente à alteridade, ou seja, leva o homem a adorar ao único e verdadeiro Deus. Ao mesmo tempo visa organizar a sociedade a obediência da instituição maior e mais sagrada que existe, àquele que é Rei, Juiz, legislador e senhor. As leis que regulam as cerimônias religiosas estão em Lv capitulo 1 ao 9.

II. Não farás para ti imagem de escultura.

Este código tem um significado muito mais abrangente do que se pode imaginar. A imagem está relacionada àquilo que pode distrair o ser humano desviando-o dos verdadeiros valores. O valor maior que é Deus e os valores e virtudes inerentes ao ser humano que propiciam o bem comum da sociedade. O termo “não te encurvarás á imagens” é claro.

III. Não tomarás o nome de Deus em vão.

Este é o mandamento contra qual as religiões mais pecam, pois algumas usam o nome de Deus em vão, com textos isolados da bíblia, reforçando teorias não para o interesse do Reino de Deus, mas para o seu próprio interesse.

Além de corrigir distorções bíblicas e heresias, evita que um líder faça injustiça ao povo querendo colocar um fardo que Deus não instituiu para o povo, preservando as garantias da cidadania do povo.

IV. Lembra de um dia de descanso.

No hebraico o termo não significa o 7º dia, mas descanso, portanto um dia de descanso que proporciona ao ser humano mais tempo para se dedicar a Deus. Ao mesmo tempo da ao ser humano um direito que visa preservar sua saúde, já que esta maquina fabricada por Deus precisa de descanso. Este direito nos beneficia até hoje nas garantias das jornadas de trabalho e dos dias de descanso. As leis sanitárias que visam preservar a saúde do povo está regulamentada em DT 14, Lv 11, 12,13,14,15.

V. Honra o teu pai e tua mãe.

Este mandamento esta relacionado ao código civil, e já é da segunda tábua, deveres do homem para com o homem. Este mandamento valoriza a família, célula matiz da sociedade. A família bem estruturada e saudável certamente produzirá uma sociedade saudável. Os direitos e deveres de família são as leis civis regulamentadas por Moises em Deuteronômio 20,22 e 24.

VI. Não matarás

Este mandamento se relaciona ao código criminal e está regulamentado em Dt 19 Êxodo 21 a 23. DT 35.30 a 34

VII.Não adulterarás

Este mandamento, também na área civil esta relacionado à família e suas garantias. Sua regulamentação está em Dt 20, 22 e 24 e Êxodo 21 a 23, Lv 18. O adultério é como arrombar a cerca que demarca o limite de uma família, é como arrombar uma porta do vizinho. E um convite a guerra e destruição da família.

VIII.Não furtarás

Esta lei é de código penal e sua regulamentação está Êxodo 21 a 23 e também está relacionada a leis sociais e econômicas Dt 15, Nm 21, lv 25 e 26.

IX. Não dirás falso testemunho

Este código está relacionado a danos morais e está regulamentado por Ex 23. 1 a 9.

X. Não cobicarás.

Código relacionado a direito de propriedade e respeito à família e herança.Lv 25 e 26 Ex 22 e 23.

O Pentateuco forma um conjunto de deveres e direitos dos cidadãos judeus que alem de pedagógico visa preservar o exercício pleno de cidadania de um povo. Em Dt 28 Moises escreveu inspirado por Deus dizendo: se vocês cumprirem esses deveres vocês terão as garantias da plena cidadania. Serão benditos na terra, na cidade, no campo, seus filhos serão benditos. As colheitas de vocês serão abençoadas e em tudo que vocês tocarem serão abençoados.

Deus não estava preocupado só com os deveres religiosos do povo, mas preocupado com o todo do ser humano, com o seu bem estar em todos os níveis. Portanto é dever do crente exercer sua cidadania nas questões sociais, políticas, econômicas, educacionais, culturais, geográficas e religiosas.

II. A cidadania no Novo testamento

No Novo Testamento temos Jesus como mediador de uma nova aliança, com uma nova proposta. O cântico de Maria reflete um clamor em defesa da cidadania com vinda do Salvador. Ela disse: despediu os ricos de mãos vazias e encheu de bens as mãos dos pobres.

Jesus desceu de sua gloria para resgatar o ser humano nas garantias de cidadania plena e especialmente na garantia inalienável da cidadania celestial, que é a vida eterna. A prova está nos escritos dos evangelhos, cujo tema central é o reino de Deus.

O que e o reino de Deus?

Do grego basiléia, significa o plano Universal de salvação para resgatar o ser humano. O reino de Deus é gozo, paz e alegria no Espírito Santo. Rm 14.17

Os judeus esperavam o reino de Deus na perspectiva dos tempos áureos do rei Davi. Um reino de glamour e de esperança para o resgate da cidadania judaica. Jesus, porem, trouxe um reino espiritual que governa o centro das emoções do ser humano e o resgata da iniqüidade que é corrupção nos seus diversos níveis. Daí que o reino de Deus é uma proposta divina de conquista.

Enquanto os romanos queriam conquistar etnias com suas riquezas, o Reino de Deus queria conquistar pessoas para o exercício da cidadania aqui e agora e principalmente para o exercício da cidadania celestial. Tanto que o Reino de Deus está em duas esferas, a esfera presente e a futura. Para entrarmos na futura, temos que exercitar a esfera presente.

II. 1. A cidadania no Reino presente

Em Mt 3.2 João Batista começou pregar no deserto anunciando: arrependei-vos, porque o reino de Deus já esta presente entre vós. A primeira proposta e exigência para entrar no reino é mudança de postura, de vida, de comportamento, porque para entrar no reino futuro tem que estar no reino presente. Jesus havia nascido. Tornou-se homem no cumprimento das promessas da Antiga aliança. Manifestou para desfazer as obras do Diabo.

II. 2.Como se processa o reino de Deus?

*O reino de Deus gerou a Igreja-comunidade universal dos filhos de Deus.

*Deus e doador do reino, os homens podem pregar o reino, mas somente Deus dará aos homens. Lc 10.9 Lc 12.32.

*A Igreja e a estrutura do reino de Deus, coluna e firmeza da verdade Mt 16.19.

*Jesus e o Rei, dai que devemos obedecer a suas palavras. Jesus disse: quem guardar as minhas palavras, meu pai o amará, viremos para ele e faremos nele morada.

*O Espírito Santo e a dinâmica do reino de Deus, inaugurou a Igreja com poder Pentecostal e Ele convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Jo 16.8,9,10.

*O evangelho é o poder do reino. Rm 1.16

*Os súditos deste reino são os crentes que nasceram de novo por obra e graça do espírito santo. Joao 3.5.

II. 3.Por que Deus quis nos dar o Reino?

Porque o reino dos homens havia se corrompido com ganância, com a mentira, com a vaidade, com a iniqüidade, com a hipocrisia, com o orgulho, com a devassidão e todas as obras infrutuosas da carne. Por isso o Espírito Santo produz um fruto de graças que combate essas obras malignas.

E acima de tudo porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o filho unigênito para todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna. Jo 3.16.

II. 4.Para que Deus quis nos dar o reino?

Para nos resgatar do reino das trevas e nos transportar para o Reino do seu filho amado a fim de nos reconciliar com Deus, nos fazendo irrepreensíveis para produzirmos bons frutos e Co 1.13,20, 22.

E para dissipar o reino das trevas Mt 12.28

II. 5.Quem pode entrar no Reino?

Os que praticam o exercício da cidadania aqui e agora, os que se arrependem e mudam de postura pelo reino, os humildes, os limpos de coração, os mansos, os pacificadores, os perseguidos por causa da justiça, os que ensinam e cumprem os mandamentos, os que praticam a justiça, os que fazem à vontade do Pai. Mt 5.1-16. Mt 7.21 Os que de longe, do ocidente e do oriente quem vêem em busca do reino. Mt 8.11.

II. 6. Quem não entrará no Reino de Deus?

Os que confiam em riquezas MT 19.23, Mc 10.23

Os religiosos que não obedecem à vontade do Pai Mt 7.21.

Os devassos, os idólatras, os adúlteros, os efeminados, os bêbados, os maldizentes, os ladrões. I Co 6.9.

Os impuros, os avarentos, o mesmo que idólatra. Ef 5.5.

Os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os idolatras e os mentirosos Ap 22.15

Os injustos I Co 6.9.

II. 7. O que não e o Reino de Deus

Não e monopólio eclesiástico Mt 8.11

Não e comida, nem bebida, nem consumismo Rm 14.17.

Não é religiosidade. Mt 7.21

Não consiste em palavras persuasivas, mas poder do Espírito Santo I co 4.20.

II. 8. Qual deve ser nossa postura em relação ao Reino?

Deve ser buscado com oração e atitudes Mt. 6.33

Devemos buscar a humilde posição das crianças Mt 18.3

Devemos pregar o Reino e ensinar sobre ele Mc 16.15 Mt 28.19

Devemos priorizar o Reino Mt 6.33

Devemos obedecer ao Reino MT 7.21

Orar por sua vinda Mt 6.10

Recebê-lo, herdá-lo e possuí-lo Mc 10.15 Mt 25.34.

Entrar nele Mt 23.13

Procurar por ele Lc 23.51

Esperar por sua vinda Mc 15.43

II. 9.Quais os mistérios e paradoxos do Reino?

Nem todos têm o privilégio de conhecê-lo Mt 13.11

O reino é dos pequenos mt 18.3

Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no Reino

Meretrizes e pecadores precedem religiosos no reino Mt 21.31

O reino será tirado de muitos religiosos e dado a quem produz frutos. Mt 21.43

O reino de Deus não vem com aparência Is. 53 Lc 17.20

Satanás oferece a beleza e a gloria deste mundo em troca do Reino de Deus.Lc 4.5,6

Os pobres são fortes candidatos ao Reino de Deus. Lc 6.20

O menor no reino de Deus e maior do que o maior no reino dos homens. Lc 7.28

Muitos convidados ficarão de fora do reino, e muitos não convidados entrarão no reino de Deus. Lc 14.15-18

No Reino dos homens, você ganha quando conquista;

No Reino de Deus você ganha quando abre mão. Mt 10.39

No Reino dos homens você ganha ajunta;

No Reino de Deus você ganha quando entrega. Mc 8.35

No Reino dos homens você ganha quando e esperto;

No Reino de Deus, você ganha quando sabe esperar e confiar. Sl 125.1.

No Reino dos homens você ganha quando está por cima;

No Reino de Deus você ganha quando está por baixo. Lc 7.28

No Reino dos homens você ganha quando esta sob holofote;

No Reino de Deus você ganha quando está em oração no anonimato. Mt 14.13

No reino dos homens você ganha quando é chefe;

No Reino de Deus você ganha quando é servo. Mt 23.11

No reino dos homens você ganha quando todos falam bem de você;

No Reino de Deus você ganha quando é caluniado. MT 5.12

No reino dos homens você ganha quando é orgulhoso e nada lhe falta;

No Reino de Deus você ganha quando aprende depender de Deus. Pv 30.8

No reino dos homens você ganha quando é consumista;

No reino de Deus você ganha quando se contenta com o que tem. Fp 4.8

No reino dos homens você ganha quando é ansioso e preocupado com as coisas materiais;

No Reino de Deus você ganha quando descansa e confia. Mt 6.25

No reino dos homens você ganha quando corre;

No Reino de Deus você ganha quando confia e aproveita as oportunidades. Ec.9.11

II. 10 O Reino de Deus é comparado:

A parábola do trigo e joio

Ao grão de mostarda

Ao homem que encontrando o tesouro, vende o tesouro e compra o campo. Mt 13.44

A rede de pescaria e os pescadores selecionam os bons. Mt 13.48

Ao Rei que convidou nobres e depois convidou pobres e marginalizados. Mt 22.2

A mulher que põe fermento na massa para fazer pão. Lc 13.20

A parábola do filho pródigo

A parábola do samaritano

II. 11.Considerações finais sobre o reino de Deus.

Quem priorizar o reino será recompensados muitas vezes e reconhecido pelo Pai. Lc 18.29 19.11-27

O ladrão da cruz deu o ultimo brado em busca do Reino e alcançou a graça de entrar no reino no mesmo dia. Lc 23.42

Na perseguição, os apóstolos exortavam os crentes a perseverar na fé, pois, por muita tribulação importa entrar no reino de Deus. Atos 14.22

O reino de Deus não pode ser abalado Hb 12.28

A entrada no Reino e seu percurso se fazem com diligencia II Pe 1.10

No juízo final o reino dos homens que e deste mundo passara a ser do Senhor e do seu Cristo e ele reinara para todo sempre Ap 11.15

Depois do juízo final e de ter feito novo céu e nova terra, o Senhor chamara seus escolhidos dizendo: vinde benditos de meu pai possui por herança o Reino que esta preparada deste a fundação do mundo, porque tive fome e me deste de comer; tive sede e me deste de beber; era forasteiro e me acolheste; estava nu e me vestistes; adoeci e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Mt 25.31 a 40.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Onda Gospel

Nos últimos dias temos presenciado a banalidade da palavra evangélico. Antes, ser crente era ser honesto, responsável, leitor da Bíblia, fiel e diferente. Antes, ser crente era até motivo de chacota. Os católicos nos apelidavam de Bíblia, aleluia irmão.Agora os católicos estão dando aleluia e carregando Bíblia.
Agora, ser evangélico é moda. Todo mundo quer ser evangélico. Se tornou corriqueiro dizer:" tal personagem da mídia" virou evangélico.Muitos até se vangloriam.
Domingo próximo passado saiu uma reportagem na Folha de São Paulo uma matéria em que o Papa desprezava mega-templos para abrigar carismáticos, por que, segundo ele a Igreja precisa valorizar qualidade, e não quantidade. Não entraremos no mérito, mas que sirva de lição para nós que estamos nos impressionando com quantidade gospel lotando templos, mas em busca de riqueza, milagre, exceto em busca de transformação de vidas.
O problema é que além de banalizar a palavra evangélico, estamos piorando ao interpretá-la para gospel, isto é, um evangelho importado de um País que valoriza o ter em detrimento do ser.Um modelo que fala de Deus, mas o coração está longe do verdadeiro evangelho. O Brasil sim se tornou um modelo cristão para o mundo.Um celeiro de alimento, tanto quanto um celeiro de palavra bíblica. Um modelo de tolerância religiosa, de avivamento e de crescimento do evangelho.Mas nos últimos dias estamos sendo contaminados pelo gospel, que parece mais o cuspe de Satanás. Já existe o carnaval gospel, a boate gospel, balada gospel, quadrilha gospel, festa junina gospel, maconha gospel e porque não dizer macumba gospel. Um sincretismo de espiritismo e superstição com evangelho. Ou seja, um evangelho de casca, contaminado com ingredientes da feitiçaria e do mercantilismo hodierno. Exemplo: sal grosso, folha de arruda, sementes de mil reais, água benta, lenço suado, dança em círculo, coreografia sensual, bajulação de ícones gospel, culto a personalidades de destaques no meio gospel, fora as heresias importadas de sessão gospel. Sessão de descarrego, sessão de regressão, sessão de quebra de maldição, sessão de quedas bruscas, sessão de lavagem cerebral para arrancar todo o dinheiro dos crentes, inclusive carro, casa, jóias,anel de formatura e de casamento. Já existe até a fogueira diabólica gospel que tem que queimar tudo, dar tudo, para poder melhorar financeiramente. Mas não precisamos nos impressionar, pois está tudo escrito na palavra. A bíblia diz que nos últimos dias as pessoas não suportariam a sã doutrina, mas buscariam palavras agradáveis. II TM 4.3. Jesus disse que nos últimos dias surgiriam falsos profetas e enganariam a muitos. Paulo nos adverte que os líderes iriam apostatar da fé, dando ouvido a espíritos enganadores.Em 2 Tm 3.1 está escrito que os últimos dias seriam tempos trabalhosos e difíceis, pois os homens seriam egoístas, ganaciosos, soberbos, blasfemos,rebeldes, ingratos, infiéis nos contratos, amantes de si do que do verdadeiro evangelho. Escape quem puder, se agarre em Jesus, busque a simplicidade do evangelho que as Igrejas históricas pregaram nesse País e cuidado com o gospel.
Pasto Jesiel Padilha é pastor em Santos e professor de teologia

quarta-feira, 25 de maio de 2011

terça-feira, 3 de maio de 2011

O REINO DE DEUS NOS SINÓTICOS

A TEOLOGIA DOS SINÓTICOS
Os sinóticos formam em si uma teologia peculiar, a teologia do Reino de Deus. Em Mateus encontramos 53 referências, em Marcos 19, em Lucas 45 perfazendo um total de 117 vezes.Esta teologia é simples, deve ser ensinada mas principalmente vivida. Este Reino já está entre os homens, na pessoa de Cristo, pois aproxima-se dos homens (Mt 3.2; 4.17); pode vir (Mt 6.10); chegar (Mt 12:28); aparecer (Mt 19:11); ser ativo (Mt 11:12).
Deus pode dar o Reino aos homens (Mt 21:43). Mas os homens não podem dar ou tirar de si mesmo, muito embora possam impedir que os outros entrem no Reino.
Os homens podem entrar no Reino, mas nunca foram aconselhados a erigi-lo ou edificá-lo. Os homens podem receber o Reino (Mc 10:15), herdá-lo (Mt 25:34) e possuí-lo, mas nunca devem estabelecê-lo (Lc 10:11), Os homens podem rejeitar o Reino, recusar-se a recebê-lo (Lc 10:11) ou a entrar nele (Mt 23:13), mas não podem destruí-lo. Podem procurar por ele (Lc 23:51) orar por sua vinda (Mt 6:10) e buscá-lo (Mt 6:33; Lc 12:31) mas não somos informados que o Reino cresce. Os homens podem realizar certas coisas por causa do Reino (Mt 19:12; Lc 18:29) mas são conclamados a agirem em relação ao próprio Reino.
Os indivíduos podem pregar o Reino (Mt 10:7; Lc 10:9) mas somente Deus o dará aos homens. O Reino gera a Igreja. O domínio dinâmico de Deus, presente na missão de Jesus, desafiou os homens a manifestarem uma resposta positiva, introduzindo-os em um novo grupo de comunhão.
A presença do Reino significou o cumprimento da esperança messiânica do Novo Testamento que fora prometida a Israel, mas quando Israel como um todo rejeitou a oferta, os que a aceitaram foram constituídos como novo povo de Deus, os filhos do Reino, o verdadeiro Israel, a Igreja incipiente. A Igreja não é senão o resultado da vinda do Reino de Deus ao mundo por intermédio da missão de Jesus.
O QUE É O REINO DEUS? COMO E QUANDO SE PROCESSA? QUAIS SEUS CRITÉRIOS? QUAIS SUAS IMPLICAÇÕES? QUAL É SUA DINÂMICA E ESFERA DE AÇÃO?
VEJA O REINO EM MATEUS:
*O reino está próximo, arrependei-vos e convertei-vos Mt 3.2
*Jesus pregou o evangelho do reino Mt 4.23
*Bem aventurado os humildes, porque dos tais é o reino de Deus.5.3
*Bem aventurado os que têm fome e sede de justiça, porque dos tais é o reino de Deus 5.10
*Quem quiser ser o maior serão menor no reino 5.19
*Quem desobedecer os mandamentos será pequeno no reino 5.19
*Quem obedecer será grande 5.19
*Se a nossa justiça não exceder a dos fariseus e escriba, jamais entraremos no reino 5.20
*O reino deve ser buscado com oração 6.10
*O reino deve ser buscado acima de tudo 6.33
*Nem todo que diz senhor, entrará no reino 7.21
*Muitos virão do oriente e ocidente e entrarão no reino 8.11
*Os filhos do reino serão lançados nas trevas 8.12
*Jesus mandou pregar que reino está perto 10.7
*O reino de Deus não está dividido, de outra forma não subsistiria 12.25
*O reino de Deus dissipa o reino das trevas 12.28
*Nem todos têm o privilegio de conhecer os mistérios do reino 13.11
*O reino de Deus é comparado a parábola do trigo e joio. 13.24
*O reino é comparado a um grão de mostarda 13.31
*O reino é semelhante ao fermento na massa. 13.33
*O reino é comparado a um homem que encontrando um tesouro num campo, *vende o tesouro e compra o campo. 13.44
*O reino é comparado a uma rede que apanha todo tipo de peixe, mas quando está cheio de peixes, seleciona os bons e rechaça os ruins.13.48
*A primeira pregação no dia do pentecoste foi a chave da abertura do reino 16.19.
*O reino pertence aos pequenos 18.3
*Os primeiros serão os últimos e os últimos os primeiros no reino 20.30
*Meretrizes e publicanos precedem religiosos no reino 21.31
*O reino será tirado dos religiosos e dado a quem produz frutos 21.43
*O reino é comparado a um rei que os nobres rejeitaram seu convite, mas ele convidou pobres e marginalizados. 22.2
*O reino será conhecido de todos antes do fim 24.14
*O reino é comparado as dez virgens 25.1
*O Senhor convidará para que os filhos entre na posse do reino que está preparado desde a fundação do mundo.25.34
*Haverá um longo interstício entre a última ceia com Jesus e a ceia no reino escatológico. 26.29.
O REINO EM MARCOS:
*O reino de Deus chegou e com ele o tempo de se cumprir as escrituras 1.15
*Um reino dividido não subsistirá. 3.24
*Nem todos têm acesso aos mistérios do reino. 4.11
*O reino é como um homem que lança a semente e depois se admira do seu broto, sem saber como se processou. 4.26
*O reino é como um grão de mostarda 4.30
*A inauguração da Igreja no dia de pentecoste estabelece a vinda do reino com poder do Espírito Santo conforme Mt 16.19 A Igreja é agente deste reino.Mc 9.1
*Vale a pena o altruísmo e a abstinência para entrarmos no reino. 9.47
*Dos pequenos é o reino 10.14
*Quem não receber o reino na qualidade de pequeno não entrará nele. 10.15
*Dificilmente entrará no reino quem confia em riquezas. 10.23 10.24
*Jesus foi aclamado o Rei do reino de Deus, conforme a aliança de Davi. 11.10
*A verdadeira compreensão da palavra conduz o homem a proximidade do reino. 12.34
*Depois da última ceia Jesus só beberia a próxima no reino de seu Pai 14.25
*José de Arimatéia esperava o reino de Deus 15.43
O REINO EM LUCAS:
*Satanás mostrou o seu reino em troca do reino de Deus. 4.5
*Satanás ofereceu a glória do seu reino em troca da glória do reino de Deus 4.6
*É necessário que o filho do homem anuncie evangelho do reino de Deus.4.43
*Os pobres são fortíssimos candidatos ao reino de Deus. 6.20
*O menor no reino de Deus é maior no reino terrestre 7.28
*Jesus andava de aldeia em aldeia pregando o evangelho do reino 8.1
*Nem todos têm acesso a compreensão verdadeira do reino. 8.10
*Jesus comissionou discípulos par pregar o evangelho do reino. 9.2
*A rotina de Jesus era falar sobre o reino 9.11
*Alguns discípulos teriam a oportunidade de ver a glória do reino(talvez se referisse a transfiguração) 9.27
*Jesus mandou pregar o reino impreterivelmente 9.60
*Quem retrocede não é apto ao reino de Deus 9.62
*Jesus mandar pregar que o reino já está entre os homens. 10.9
*Sabei que o reino está perto 10.11
*Jesus mandou buscar o reino em oração 11.2
*O reino de deus não divide, caso contrário não prevaleceria. 11.17 11.18
*Se o reino de Deus está expulsando o reino das trevas, realmente o reino de Deus é chegado a vós. 11.20
*Buscai o reino com prioridade e as outras coisas acontecerão naturalmente. 12.31
*O Pai se agradou e se alegrou em poder nos dar o reino 12.32
*O reino é comparado ao grão de mostarda. 13.18
*O reino é comparado ao fermento na massa. 13.20
*Muitos filhos do reino serão lançados fora 13.28
*Virão muitos do oriente e do ocidente e assentarão a mesa no reino de Deus. 13.29
*Muitos convidados ficarão de fora do reino e muitos não convidados entrarão no reino de Deus. 14.15-18.
*O reino vem sendo pregado e os homens se esforçam para entrar nele. 16.16
*O reino não vem com aparência 17.20
*O reino está dentro de nós. 17.21
*Dos pequenos é o reino de Deus. 18.16
*Quem não receber o reino na qualidade de pequeno, não entrará nele. 18.17
*Dificilmente entrará um rico no reino de Deus. 18.24
*É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que o rico entrar no reino de Deus. 18.25
*Quem priorizar o reino será recompensado muitas vezes. 18.29
*Quem investe no reino é reconhecido pelo Pai 19.11-27.
*Sabei que o reino está perto 21.31
*Na última ceia Jesus disse que só comeria no reino escatológico 22.16 22.18
*Assim como meu pai me confiou um reino, eu vos outorgo o poder deste reino e vos convido para cear. 22.29-30
*Lembra-te de mim quando entrares no teu reino, clamou o ladrão. 23.42
*José de Arimatéia esperava o reino de Deus. 23.51
Pr. Jesiel Padilha ministrando teologia do Novo Testamento

TEORIA DO MÉTODO TEOLÓGICO

TEORIA DO MÉTODO TEOLÓGICO

Como Nasce a Teologia

Ementa: Pretende-se precisar como se processa o ato de teologizar, descrevendo fenomenologicamente como se dá o fazer teológico.

Porque Isto: A Teologia?

1.A fé deseja saber
A pessoa de fé quer naturalmente saber o que é mesmo aquilo que acretida, se é verdade ou não.Quer saber também o que implica tudo aquilo em sua vida concreta e em seu destino.Tal é a definição clássica da teologia: fides quaerens intellectum (a fé buscando entender) É a expressão já clássica de Anselmo(1109) a fé deseja saber, ela busca a luz. Seguindo a mesma linha de Agostinho(IV século) desejei saber com inteligência o que acreditei. O amor é um elemento intrínseco da fé. Quem ama medita, divaga. Alhures afirma: “o amante não se contenta com a atenção superficial do amado”. Citemos igualmente outro grande metodólogo, agora das ciências modernas, Francis Bacon : “ dá à fé o que é da fé “ fidei quae fidei sunt”
Em vão lutará frustra sudaverit” aquele que pretende obrigar os celeste arcanos da religião a se adaptarem a nossa razão.

2. O espírito humano busca incansavelmente conhecer.
Examinemos agora a mesma questão pelo lado sujeito que crê.
Aristótelos afirmou: ‘todo ser humano aspira o conhecimento” . Por isso a teologia pode se definir como “ afé de olhos abertos”. É a fé lúcida, inteligente e crítica.

3. A teologia nasce da fé acompanhada da conversão. Só um ser profundamente transformado pode verdadeiramente ter acesso aos mistérios divinos.

4.A fé é unitária, nos completam nessa complexidade que a fé é fonte, objeto e fim da teologia.de fato da fé compreende:
fides quae: fé palavra, que a fé dogmática
fides qua: fé experiência, que é a fé fiducial.
Fides informata: fé prática, encarnada.
A fé é simultaneamente princípio objeto e objetivo da teologia. E é riqueza de suas múltiplas dimensões. Por isso, entende-se a fé como um ato de total obediência a palavra, como faz Paulo em Romanos 1.5.
A fé vem antes da teologia e tem o primado absoluto sobre ela, como mostra a tradição teológica, nas linhas do “ crer para entender de Agostinho’ e que retornou em seu “ creio para entender”. Podemos afirmar que a teologia é um falar a partir do falar de Deus. Seu objetivo é um sujeito, uma pessoa “ alguém”. Deus é o sujeito eterno da teologia.

O Que Estuda a Teologia e Em que Perspectiva

Para desenvolver a questão do objeto e da perspectiva própria da teologia, partimos da estrutura do saber científico.
O saber científico põe em ação três elementos principais:
o sujeito epistênico, em nosso caso o teólogo.
o sujeito teórico, na teologia, Deus e sua criação.
O método especifico que é o caminho para o sujeito chegar ao objeto visado.

I.Distinção Epistemológica Primária
Devemos partir da distuição clássica entre objeto material e objeto formal de uma ciência.
1.Objeto Material – “o que” é um “corte vertical” delimitando uma região, para delas em seguida se ocupar. Trata-se do “que” de um saber, i.e., matéria prima, temática, assunto, questão.
2.Objeto Formal – “como” é um corte horizontal no objeto material, a fim de captar-lhe em nível ou camada. Aqui temos nos o “que”, nos “como”, i.e.,aspecto, dimensão, faceta, lado, nível, razão específica.

Estrutura do Discurso Teológico Particular

1.O objeto material da teologia. De que trata a teologia? Deus e tudo o que se refere a Ele, i.e., o mundo Universo: a criação, a salvação e tudo mais. Mas como Deus é o ”determinante sobre tudo”, então, qualquer coisa pode ser objeto de consideração do teólogo. Deus, com efeito, pode ser definido como “a realidade que determina todas as realidades”.
Poderíamos falar, com outras palavras, assim: Deus é o objeto “ principal” da teologia; tudo mais é objeto “conseqüencial”. De fato a fé diz respeito em primeiro lugar a Deus, e das demais coisas só por conseqüência , ou seja, por causa de Deus.
2.O objeto formal da teologia. Que é “Deus enquanto revelado”. É o Deus revelado, o Deus da Bíblia, o Deus do evangelho, o Deus Salvador.
Todos os outros objetos da teologia- objetos secundários- são tratados sob a mesma ótica, ou seja, a partir do revelado. E podem ser teologizados na medida em que são relacionados com o Deus da fé, ou seja, enquanto situados sub ratione Deus, “ sob o enfoque de Deus”.
O decisivo num assunto qualquer é sempre seu objeto formal (objetivo), ou, a perspectiva (subjetiva) a partir da qual se encara aquele assunto. é o objeto formal que determina se um discurso é ou não é teológico.
Deus é o sujeito eterno da teologia, já que a teologia é o discurso de Deus sobre o ser humano e não o discurso do ser humano sobre Deus, este último é conhecido como “ teologia filosófica”, e não teologia cristã, que é o discurso da palavra de Deus e não simplesmente da fé subjetiva dos fiéis.

OS NOVOS ENFOQUE TEOLÓGICOS

São 5 os principais enfoques teológicos que marcam presença no atual cenário teológico, as quais buscam integrar em seus discursos um horizonte globalizado:
1.O enfoque da libertação. A teologia da libertação(que trata dos problemas sociais)
2.O enfoque feminista. Teologia que vê a fé e o mundo a partir da ótica da mulher.
3.O enfoque étnico. É a teologia inculturada a partir da ótica negra, indígena e asiática.
4.O enfoque inter-religioso. É um teologizar desafiador que busca o diálogo entre as religiões
5.O enfoque ecológico. É toda questão teológica concernente a vida, natureza e todo cosmos em seus mútuos relacionamentos.
Contestar que Deus não pode ser substituído por libertação, ou outro tema qualquer é confundir objeto material com objeto formal, e não caracterização de ilegitimidade do tema.Deve ficar claro porém que tais enfoques de modo nenhum substituem o enfoque originário da teologia , que é pensar tudo “ à luz da fé” . são enfoques secundários que se somam ao primário, apóiam nele, o desdobram e, de todos os modos, se articulam sobre ele e com ele. A teologia pode ser feita a partir de qualquer perspectiva, desde que o foco esteja no ponto mais originário, ou seja, “ a partir da fé”, ou a partir do Deus de Jesus Cristo.

A RACIONALIDADE DA TEOLOGIA

A razão não é só a razão formal (lógica) ou a empírico-formal(científica) existe também a razão discursiva em geral, a que exibe razões várias para se explicar: argumentos, raciocínios, provas de diversos tipos, seja necessitantes, seja convenienciais.

A Distinção Entre “ intellectus” e “ Ratio” em Teologia.

1. Intellectus fidei é o intellectus, enquanto função originária e originante do pensar, que está em operação no campo da fé. Essa atitude fundamental constitui precisamente o intellectus fidei. Este testemunha que a fé possui sua evidencia, sua luz e inteligência específica. A fé tem seus próprios olhos. A fé aparece aí como saber, experiência, gnose, sabedoria, amor.
2.Ratio fidei é a fé feita razão, melhor ainda, feita razões, é isso precisamente teologia. Ela nasce do intellectus fidei, para tornar-se, em seguida, a ratio fidei.
Do mesmo modo como se distinguem inteligência e razão, assim também importa distinguir fé e teologia, fé e razão, assim também importa distinguir fé e teologia, fé e razão, mais precisamente inteligência da fé e razão da teologia. Distinguir, sim, mas para unir. Pois se trata de momentos diferentes de um mesmo processo. Em metáfora, Castro Alves destaca a pomba mística fé da águia da razão.
Hermenêutica em Teologia
Passando agora à teologia, digamos que sua razão própria também possui uma constituição hermenêutica. E isso num duplo sentido. É hermenêutica, em primeiro lugar, porque trabalha os textos da Bíblia. É hermenêutica no sentido estrito. Nessa linha, a teologia como hermenêutica procura a verdade absoluta dos oráculos proféticos, mediação da revelação. Todo seu esforço racional neste caso consiste em interpretar corretamente a palavra de deus. Mas, como particularidade própria, a teologia não precisa perguntar, como fazem as outras ciências humanas: Será que tal sentido intencionado é verdadeiro? Pois ela daria já por assentada, de antemão, no âmbito da fé, a verdade do oráculo divino. As questões que ficam para a teologia e que ela tem que enfrentar são só duas:
1.foi Deus mesmo que falou isso?
2.O que ele quis mesmo dizer com isso?
Mas a teologia é hermenêutica também num segundo sentido: porque interpreta sempre de novo a tradição viva da fé em função dos tempos.

TEOLOGIA É CIENCIA

Que é teologia? Na definição de agostinho é discurso sobre Deus. Mas nem sempre o discurso sobre Deus tem conotação científica. O que nos interessa aqui é saber se a teologia é ou pode ser ciência. Teologia é ciência partindo do princípio que a ciência é um conceito analógico. Ora, o que a teologia pode ter(e de fato tem) em comum com as outras ciências é o modelo formal, caracterizando pelos três traços seguintes:
1.Criticidade
Assim como toda a ciência, a teologia é um saber crítico, ou seja, um saber que opera sobre si mesmo, que é consciente de seus procedimentos. A teologia é, portanto, um saber edificado sobre a análise crítico-metódica das verdades da fé.
2.Sistematicidade.
Toda ciência cria um corpo de saber. Tal corpo é unificado segundo princípios de estruturação interna, para formar uma arquitetura teórica coerente.
Pela sua posição original” pística” a teologia não busca criar de fora sistemas explicativos para depois aplica-los ao ministério, mas antes procura refazer teoricamente a estrutura interna do próprio ministério. Fá-lo através de sistema de sentido que tenham uma capacidade máxima de saturação noética. Veremos como, em teologia os pontos de fuga desses sistemas são sempre numerosos, devido a transcendência de seu objeto. Queremos dizer que o sistema de compreensão que melhor explica o ministério cristão é também o mais científico do ponto de vista teológico.
3.Dinamicidade.
Nas ciências hermenêuticas a dinamicidade é ainda mais acentuada. Pois as organizações de sentido que buscam saturar explicativamente o campo próprio de estudo se revelam sempre curtas. Daí as contínuas retomadas de explicação no curso das pesquisas históricas.
Assim também ocorre analogamente com a teologia. E mais ainda com ela. Pois se há uma característica científico-formal que mais convém à teologia é esta. Isso por uma razão dupla:
O horizonte de mistério ou transcendência de seu objeto; e protensão escatológica da verdade divina pelo fato de a revelação plena”apocalipse” ser um evento decididamente parusíaco.
Tudo isso dá à teologia um dinamismo extremo, sem paralelo com qualquer outro discurso. Por isso a teologia continuamente faz e refaz suas estruturações racionais, procurando avançar o quanto pode. Daí o dilúvio de discursos e produções teológicas, como a ameaçar submergir o mundo(jó 21.25).

A teologia é ciência na medida em que realiza a tríplice caracterização formal de toda ciência, que é a de ser crítica, sistemática e auto-amplificativa.
Falando em geral, a racionalidade própria da teologia, enquanto “ ciência humana’ , é de tipo hermêutico: ela procura compreender, de modo mais exaustiva ou “ saturado” possível, a palavra de Deus ou o sentido da fé, primeiro do texto bíblico e, em seguida, à luz deste, do “ texto da vida” .
BIBLIOGRAFIA
TEORIA DO MÉTODO, Editora vozes clóvis boof