quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O QUE É BLASFEMAR CONTRA O ESPÍRITO SANTO

A BLASFÊMIA NO CONTEXTO BÍBLICO

O tema blasfêmia contra o Espírito Santo foi abordado por Jesus em Mt 12.22-30 em razão da oposição dos líderes religiosos de sua época em quererem profanar os feitos de Jesus, atribuindo a Satanás o milagre por Ele realizado. Jesus, no entanto, enquadra os Fariseus na transgressão das Leis cerimônias mais sagradas do Antigo Testamento. Ele afirma categoricamente que a zombaria e o desprezo pelo culto sagrado engendrado pelo Espírito Santo por parte de pessoas que lideram o culto e o fazem deliberadamente usando o nome de Deus em vão afrontam e profanam o que é de mais sagrado – o ministério do novo testamento, o ministério do Espírito Santo, o ministério da reconciliação de Deus para com os homens através da pessoa do Senhor Jesus.
Quando Jesus fez essa afirmativa impingiu nesses líderes uma marca registrada bem conhecida no Antigo Testamento, a apostasia de Satanás através de Caim que matou seu irmão. Balaão que amaldiçoou e tentou profanar o sagrado. Core que se rebelou contra Moisés. Essa classificação de blasfêmia já era bem conhecida dos líderes religiosos do judaísmo e foi denominada por Jesus como apostasia.
A blasfêmia aqui é dentro de contexto teológico pastoral, não se trata de crente que se desviou da Igreja. Não se trata de crente que se batizou três vezes ou voltou para a idolatria. Não se trata de crente leigo rebelde, tampouco crente que virou feiticeiro ou budista, ou kardecista. Nem ainda trata-se de pessoas que zombaram do Espírito Santo.
O contexto próximo, isto é, os versículos que veem antes e depois reportam exclusivamente a atitude deliberada de oposição ao reino espiritual do evangelho por pessoas que lideravam a religião judaica.
Jesus foi morto seis dias depois de expulsar os vendedores do templo e os acusou de ter transformado a casa de oração em covil de ladrões. A presença de vendedores nos arredores do templo era um mal necessário, pois o judeu viajante não podia trazer sua oferta pela moeda pagã, precisava trocar pela moeda judaica, como também a comodidade de comprar um animal perto do templo.
Ocorria que toda transação comercial ao redor do templo tinha que ter a chancela dos sacerdotes e a eles era repassado propina de tudo que era comercializado. Ao denunciar e expulsar os vendedores, Jesus arrumou grande encrenca, pois mexeu no bolso dos sacerdotes. Foi a gota d'Água para transbordar o ódio dos líderes religiosos, que detinham o poder no Sinédrio para julgar, condenar e matar.
Não só esse fato denota a preocupação de Jesus em alertar as ovelhas para ter cuidado com os lobos devoradores e mercenários que permeiam o meio religioso, como também todo escopo dialético de seus sermões segue uma linha doutrinária de advertência para os crentes e repulsa pela ação dos obreiros fraudulentos.
Jesus teve asco desse tipo de líder religioso que usa o nome de Deus em vão transgredindo o III mandamento do decálogo. Usar o nome de Deus em vão para seu próprio interesse e não o interesse do reino de Deus, interpretando a bíblia de acordo com a própria conveniência é um pecado que deve ser combatido veementemente nos ensinos do Novo Testamento.
Em todo seu ministério Jesus dedica boa parte de suas homilias nesse tema: acautelai-vos dos falsos profetas dos fariseus, dos falsos líderes religiosos que veem com pele de cordeiro, mas são lobos devoradores.
Há uma doutrina bem articulada em cadeia de temas sobre esse assunto em todo o Novo Testamento, começando por João Batista que denunciou os fariseus e Saduceus chamando-os de raça de víboras, passando por Jesus que rechaçou a apostasia em seus discursos. Paulo, João e Pedro vão na mesma direção e classificam os obreiros fraudulentos como os que seguem a apostasia, são nuvens sem águas, estrelas errantes, árvores infrutíferas, duas vezes mortas.
Em Mt 7.15 Jesus adverte os discípulos com alerta de emergência: acautela-vos dos falsos profetas. Ele afirma que uma árvore boa não pode dar maus frutos e pelos frutos nós podemos conhecer. No versículo 21 Jesus adverte dizendo: nem todo religioso entrará no reino de Deus, mas aquele que faz a vontade de Deus..
No versículo 22 do capítulo 7 de Mateus Jesus disse com todas as letras que muitos pregadores fariam milagres, suas mensagens salvariam muitas pessoas, mas eles mesmos não entrariam jamais no reino de Deus.
No versículo 11 do capítulo 8 Jesus disse que muitos que se gloriavam por ter a chave do céu, pensando ser detentor do monopólio eclesiástico seriam lançados nas trevas exteriores e pessoas desconhecidas e de longe seriam congregadas ao reino de Deus sentando a mesa com Abraão.
Em Mt 10.16 Jesus nos envia para trabalhar como ovelhas no meio de lobos. Essa advertência denota a preocupação de Jesus nos alertando sobre pessoas perigosas no meio do seu povo. Neste mesmo capítulo e versículo 34 Jesus chama os líderes religiosos de raça de víboras alusão à tentação do Éden, a síndrome de Satanás. Quando alguns deles reivindicam para si a exclusividade do sacerdócio religioso de sangue e de genealogia, Jesus os chama de filhos do diabo, pois corre em suas veias a síndrome de Satanás.
Jesus os qualifica de condutores cegos que honram a Deus com suas palavras, mas seus corações estão longe de Deus. Inventam uma doutrina nova para arrancar dinheiro do povo e devoram até a casa das viúvas pobres.
Jesus chega a afirmar nesse contexto que a árvore que ele não plantou será tirada, deixando implícita a rejeição desses falsos líderes, portanto a apostasia, o mesmo que blasfêmia contra o Espírito Santo.
Em Mateus 16.6 mais uma vez usa a palavra acautelai-vos e no contexto qualifica tais obreiros de geração má e adúltera.
A parábola da figueira estéril em Mt 21 é um quadro ilustrativo da rejeição dos que não querem voltar ao primeiro amor e não podendo mais produzir bons frutos se tornam fortes candidatos a rejeição.
Em Mt 23 Jesus censura os escribas e fariseus na mesma linha do Profeta Isaías proferindo sentenças condenatórias imprescritíveis e inafiançáveis aos que se opunham a doutrina sadia do evangelho de Jesus. Isaías foi morto por denunciar os líderes religiosos associados com a política da época e refutou suas religiosidades que estavam desprovidas da verdadeira piedade.
Em Isaías 58 diz qual é o jejum que Deus se agrada? é aquele que despedaças a atadura da impiedade, da opressão para com os mais pobres, que repartas o pão com o faminto, cubra o nu e ajude o necessitado. Essa profecia contra os líderes da época de Isaías ficou famosa com os ais do profeta.
Jesus segue a linha de Isaías e desencadeia os ais contra os líderes religiosos do judaísmo. Ai dos escribas e fariseus que pensam ter a chave do céu, não entra no céu e tentam impedir que outros entrem. Ai deles porque devoram os pobres e as viúvas. Ai deles porque são condutores cegos. Ai deles porque juram pelo céu e pelo templo, mas somente para profaná-los. Ai deles porque são hipócritas perdendo tempo com costumes periféricos e esquecem da verdadeira doutrina. Ai deles porque o vaso da liturgia religiosa está brilhando por fora, mas por dentro está podre. Ai deles que parecem sepulcros pintados por fora, mas podres por dentro. Ai deles porque se justificam perante os homens com pretexto de santidade.
No capítulo 24 Jesus adverte sobre os sinais dos tempos nos últimos dias. Um dos principais sinais ou um dos primeiros é a proliferação de falsos profetas no meio do povo de Deus.
Você caro leitor pode assimilar tudo que foi escrito até aqui no evangelho de Mateus e aplicar para os líderes de hoje, você pode enquadrar aqueles que não mais pregam a sã doutrina, mas buscam apenas seus interesses medíocres, principalmente os de acumular riquezas, fama, glória, holofote e poder eclesiástico.
Jesus repudiou o poder político, quando afirmou que o seu reino não era deste mundo. Repudiou o uso indevido do poder eclesiástico quando repudiou o monopólio dos Escribas e Farizeus que ostentavam ter a chave do reino de Deus, além de não entrarem no reino de Deus se tornaram empecilho para outros entrarem.
Jesus repudiou o holofote ao rechaçar a gana do Fariseus e Saduceus pelos primeiros assentos. Não aceitou bajulação, mas veio para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.
Jesus enalteceu o caráter de João Batista como homem inigualável por sua capacidade de reconhecer a grandeza de Jesus e sua própria debilidade. João Batista não reivindicou honraria, título, posto eclesiástico. Reivindicou a função de canal de benção para as pessoas. João afirmou ser a voz que clama, ele reconheceu que Jesus era a palavra viva, o verbo vivo, e João apenas uma voz. O slogan do ministério de João Batista era seguinte: “importa que Jesus cresça na mesma medida em que eu diminua”.
Jesus cresceu em graça e conhecimento, mas o segredo do seu ministério foi a forma com atuou. Os falsos profetas buscam glória e estratégias para suplantar, Jesus usou a simplicidade e amou apaixonadamente as pessoas, principalmente o povão da periferia, alijado dos projetos políticos sociais.
A parábola do bom Pastor retrata a importância do ministério de Jesus como pastor que ama a ovelha desinteressadamente, mas ao mesmo tempo faz questão de ressaltar o cuidado que se deve ter com o ladrão. Há quem interprete o ladrão como o diabo. Mas no caso dessa parábola não cabe a interpretação. O ladrão aqui é o falso pastor, é o falso profeta. É aquele que mata a ovelha para comer ou para vender. É o que estamos vendo nos dias de hoje. A espoliação do povo em nome da teologia da prosperidade que procura arrancar dinheiro do povo a qualquer custo com pretexto de que a finalidade é pertinente.
Nós como protestantes, devemos protestar contra os que usam o nome de Deus em vão e transgridem o III mandamento usando o nome de Deus para o seu próprio interesse e não o interesse do reino de Deus.
Jesus disse: todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores, observe que não se trata do diabo. Ainda que o diabo é ladrão, mas não nessa parábola. Jesus se referiu as pessoas que usaram títulos eclesiásticos com promessas falsas de messianismo para reforma do judaísmo e do cristianismo.
O mesmo termo é usado na purificação do templo ao classificar os dirigentes do templo como ladrões. Vós transformastes minha casa em covil de ladrões.
No contexto de João 10 o ladrão é classificado como mercenário. Pedro em sua II epístola capítulo 2 e versículo 15 enquadra o profeta Balaão como mercenário que amou o prêmio de Bozor. Ele é classificado com Judas e Core na Epístola de Judas e os três são assemelhados a manchas nas festas religiosas, nuvens sem água, árvores infrutíferas, duas vezes mortas, destinados ao fogo eterno, portanto apostataram da fé e foram rejeitados, por isso blasfemaram contra o espírito Santo, pois usaram a função para profanar o sagrado.
Em Marcos 7 Jesus rechaça a hipocrisia dos Fariseus acusando-os de honrar a Deus com os lábios, mas seus corações estão longe de Deus. Ao fazer esse comentário Jesus interpretou a profecia de Isaías como sendo dirigida a eles. No mesmo capítulo Jesus afirma que os líderes da época invalidavam o mandamento de Deus para preservar tradições e comentários paralelos a Lei.
Jesus disse para os fariseus que o que contamina é o que sai do homem não o que entra. E que eles lavavam vasos e jarros e tinham toda aquela preocupação com o ritual, mas o interior destes vasos estava podre. O trocadilho irônico era pertinente, pois eles realmente se tornaram religiosos de casca.
Os maus pensamentos, o adultério, a prostituição, o homicídio, a avareza, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, o orgulho, segundo Jesus eram ingredientes que saiam de dentro do coração daqueles religiosos destilando veneno ás pessoas que os cercavam.
Os discípulos de Jesus são advertidos sobre o fermento dos Fariseus que buscavam milagres e sinais mirabolantes para impressionar o povo. Jesus afirmou em Mc 8 que nenhum sinal seria dado aquela geração. Jesus não reivindica para si poder espiritual para impressionar pessoas, pois ele é o verdadeiro poder.
A espiritualidade dos fariseus e Saduceus era uma espiritualidade de aparência emocional para impressionar o povo. Jesus não grita, não esmurra púlpito, não sapateia, mas suas palavras penetram profundamente nas pessoas e elas são impactadas pelo poder de suas palavras.
Quando Jesus aborda sobre o tema escândalo em Mc 9.42 está associando movimentos religiosos que usam o nome de Deus. E pode até usar, mas com responsabilidade. O fato de alguém estar num segmento religioso do qual não faz parte do meu convívio, não significa que devo descartá-lo. Haverá um julgamento para cada segmento religioso, aliás o julgamento já é feito.
O escândalo estará sempre seguindo aqueles que usam o nome de Deus em vão. Jesus disse: Ai daquele que escandalizar pessoas simples e humildes. A sentença para quem escandaliza o evangelho é penosa e sem escapatória. Na concepção de Jesus o lago de fogo espera pelos que causam escândalo. E partindo daqueles que detém o monopólio religioso a coisa fica muito pior, porque Jesus disse que aquele que mais ensina, dele será mais cobrado. Aquele que mais prega, que mais administra as riquezas espirituais do reino de Deus terá um julgamento mais apurado, menos tolerante.
No capítulo 12 de Marcos quando os Fariseus e Saduceus o interrogaram acerca do tributo romano, Jesus responde afirmando que eles estavam acostumados a tentar a Deus. Esse mandamento foi firmado por Moisés em Dt 6.16, transgredido por Adão no Éden e aprovado por Jesus no deserto. Jesus disse para Satanás: Não tentarás o Senhor teu Deus, pois está escrito na Lei.
A tendência dos líderes religiosos transgredirem esse mandamento é proporcionalmente maior do que em leigos, pois o fato de lidar todos os dias com a administração religiosa propicia uma calosidade em que a sensibilidade pode ser pulverizada na medida em que quem lidera o ritual se apodera de uma coisa que não lhe pertence.
O poder e a glória pertencem a Deus, nós apenas administramos e quando rotineiramente lidamos com isso, somos tentados a nos apoderar de um título que não é nosso, de uma vocação que foi outorgada. Muitos por não saber diferenciar esse limite caem no erro e perdendo a sensibilidade tentam a Deus.
Tentar a Deus é confiar que mesmo no erro Deus nos dará o escape, pode até acontecer, mas até quando? Até quando a taça vai transbordar. Até quando pessoas usarão o nome de Deus e ficarão impunes. Nesses últimos dias Deus tem exortado seus lideres a buscar a conversão, como o antigo Testamento exortou os sacerdotes. No Novo Testamento João batista exortou os Fariseus dizendo: arrependei-vos e convertei-vos, produzi ,pois frutos dignos de arrependimento e não presumais em vós mesmos dizendo: somos filhos de Abraão, temos o monopólio do reino de Deus.
Aqui há um forte indício de tentar a Deus, pois a pessoa passa a confiar num título religioso que não lhe pertence, foi outorgado por Deus, mas pode ser tirado a qualquer momento e a pessoa ao se descuidar disso pode cair no erro de que nada de mal lhe sobrevirá. Essa pessoa pode tentar a Deus como aquele que acelera seu carro a 180 km por hora. Ou aquele que sofrendo de diabete come uma rapadura sozinho. O mesmo que brincar com o pecado. O mesmo que abusar da bondade de Deus. O mesmo que abusar das prerrogativas. As prerrogativas são boas, mas não devemos abusar delas, pois assim estaremos tentando a Deus, cometendo um pecado que Jesus repudiou perante Satanás.
Satanás tentou a Deus quando por ocasião de sua audaciosa conspiração quis se assentar no trono do altíssimo. Sua tentativa foi uma atitude de tentar a Deus, além da soberba que brotou do seu coração. Por isso Paulo nos adverte para não separarmos obreiros despreparados para que não caiam na condenação do Diabo.
Na conclusão do evangelho de Marcos Jesus fala de sua vinda e faz questão de reforçar como nos outros evangelhos que um dos sinais evidentes de sua vinda é a proliferação de falsos profetas, falsos cristos, enganadores, fundadores de religião.
A traição de Judas é um indício da síndrome de Satanás. Ele como um dos príncipes do Senhor Jesus se tornou traiçoeiro e mercenário, pois, vendeu o que não se pode vender: a confiança e a fidelidade. Pedro afirma em atos que o salmista já havia falado a respeito de Judas no salmo 109 dizendo: 6.põe acima dele um ímpio, e Satanás esteja a sua direita. 7.quando for julgado saia condenando; e em pecado se lhe torne a sua oração. 8.Sejam poucos os seus dias, e outro tome seu ofício. 9.Sejam órfãos os seus filhos, e viúva sua mulher. 13. desapareça sua posteridade e fique deserta sua habitação.
Judas é citado por Jesus como filho da perdição. Pedro e Judas classificam os ministros do evangelho que entraram pelo caminho da apostasia como Apóstolos de Satanás. E a sentença é atribuída a eles com bastante rigor. São como cães que engolem o próprio vômito, ou a porca que volta a lama. A comparação é pertinente, pois, a blasfêmia caminha com apostasia que caminha com a rejeição.
A blasfêmia contra o Espírito Santo no estudo do Novo testamento ganha um escopo doutrinário bem específico para o ministério eclesiástico, com a finalidade de preservar os crentes alertando-os a luz das escrituras e alertar os líderes religiosos para que não entrem por esse caminho, pois pode ser um caminho sem volta. O caminho de Balaão e de outros que profanaram o sagrado usando a função eclesiástica.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

NATAL, O CÂNTICO DE MARIA

O cântico de Maria é mais um paralelismo bíblico poético como muitos outros inspirados no pentatêuco, nos salmos e nos proféticos. O livro de Gênesis começa com paralelismo, era uma técnica usada pelos rabinos para decorar a bíblia e estudá-la.
O paralelismo compunha-se de uma frase de oração seguida de outra oração que concordava com a primeira ou discordava ou concluía ou se completavam. O primeiro livro da Bíblia começa com paralelismo. No princípio criou Deus os céus e a terra.
Segunda oração: e a terra era sem forma e vazia. Temos aqui paralelismo explicativo.
Nos salmos encontramos muitos paralelismos antitéticos, quando a primeira oração difere da segunda ressaltando a diferença do justo e do ímpio. O Salmo 23 é todo paralelismo que concorda com as frases seguintes em cadeias de temas. Isaías usou paralelismo ao dizer: O boi conhece o seu possuidor, mas meu povo não me conhece.
Jesus usou paralelismo antitético ao afirmar que as andorinhas tem ninhos e as raposas covis, mas o filho do homeme não tem onde morar. O sermão do monte é todo paralelismo. Paulo usou paralelismo ao dizer: O salário do pecado é a morte , mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna. Em toda a escritura sagrada o paralelismo tem uma dinâmica que embeleza a literatura bíblica.
No evangelho de Lucas escrito aos gregos que apresenta Jesus como filho do homem o Espírito Santo envolve Maria com sua sonbra e inspria nela um dos mais lindos paralelismos de edificação salvífica. Maria exultou a Deus com brados de sua alma e do seu fôlego ao afirmar: a minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque atentou para a minha humildade. Lucas é o evangelho do Natal, dos cãnticos de graça e salvação. Não foi nos palácios que Deus escolheu uma jovem para acolher o salvador. Não foi nas metrópolis de Jerusalem ou de Roma que Deus escolheu a mãe do Salvador. Foi numa pequena cidade, alías, a menor cidade da Judéia. Foi de uma familia pobre que Deus escolheu Maria, ela não pôde ofertar cordeiro, teve que ofertas par de rolinha, pois era pobre.
O Natal de hoje parece que contrapõe a tudo que o Novo Testamento com sua beleza nos inspira. O Natal do consumismo, o natal dos que só querem receber, o Natal dos poderosos, dos ricos. Deus tem seu próprio critério para escolher, e esse critério não segue a lógica humana, pois Deus escolheu as coisas loucas para confundir as sábias e Deus escolheu as coisas que não são para confundir as que são. Maria engrandece ao senhor por que ele escolheu a pequena, uma moça da roça, desconhecida da sociedade. Por isso maria engrandece ao Senhor.Sua misericórdia é de geração em geração para aqueles pequenos que o temem. Com a força do seu braço dispersou os homens de coração orgulhoso. (O orgulho foi o primeiro pecado antes da bíblia e no início da bíblia com Adão e Eva querendo ser igual a Deus).Destronou pederosos, mas exaltou os humildes. Encheu de riquesa os pobres, mas despediu os ricos de mão vazia.
Socorreu Israel seu servo, lembrando de sua misericórdia. Conforme prometeu a Abraão, assim cumpriu em mim a sua palavra.
Natal do evangelho é isso, orgulhosos não entram no Reino de Deus, mas os humildes entram. Os que confiam em riquezas não entram, mas os que confiam no Senhor entram. Os ricos ficam pobres e os pobres ficam ricos, pois o Reino de Deus não é comida, nem bebida, nem consumimo, mas gozo, paz e alegria do Espírito Santo. Natal do evangelho é gratidão, é compartilhar, é ver a glória de Deus nas coisas pequenas e nas dificuldades. Natal é Deus descendo, se apequenando para nos buscar, para se aproximar de nós. Natal é o Espírito Santo nos alegrando, por que ele escolheu os pequenos. Jesus disse em paralelismo que quem quiser ser grande aqui será pequeno no reino de Deus, mas quem quiser ser pequeno aqui, será grande no Reino de Deus. Jesus em sua oração ao Pai, se alegrou em seu Espírito e orou dizendo: te dou graças ó pai, por que ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos e revelastes aos pequeninos, por que foi assim do teu agrado.Ninguém conhece o Pai, senão o Filho e ninguém conhece o filho senão o Pai e aquele que ele quer escolher e revelar.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Valide seu diploma de teologia pelo MEC com quem entende de teologia

Em 1969 foi aprovado por decreto a Lei 1051/69 dando status de nível superior aos portadores de diploma de teologia ( curso livre)no entanto o MEC não reconhecia, tampouco permitia acesso a concursos públicos. O beneficio dessa Lei restringia-se apenas entrada em algumas faculdades de humanas com aproveitamento de algumas materias, mas nem todas as faculdades aceitavam.Outro benefício,usado por alguns líderes religiosos era a prerrogativa de gozar de cela especial caso fosse preso, o que ocorreu com um líder muito conhecido em 1988 no Rio de Janeiro.
Em 1999 foi aprovado pela camara superior de educaçao o parecer 241/99 que a teologia passou a ser faculdade no Brasil.Com isso os seminários protocolaram seus requerimentos, mas para decepção foi exigido que o protocolo atendesse asmesmas exigencias de uma faculdade qualquer.
Isso gerou descontentamento por parte de muitos religiosos detentores desse diploma antigo, já que fora retirado direitos dos portadores do diploma amparado pelo decreto 1051/69 e com a 241/69 seus diplomas perderam todas as prerrogativas legais.
Com isso, por pressão dos religiosos e políticos interessados, foi aprovado o parecer 063/2004 que permite validar o diploma de teologia de cursos livres para devolver os direitos e valorizar as intituições de ensino religioso.

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sexta-feira, 16 de julho de 2010

DEUS CONDENA A VAIDADE
Temos ouvido não poucas vezes alguém se referir a vaidade como algo que Deus condena ou abomina. Mas o assunto que discorreremos não se trata de saber se Deus condena ou não a vaidade e sim o que significa a vaidade. Realmente Deus condena a vaidade, mas será que esta palavra tem sido analisada à luz da Bíblia?
Quando se fala em vaidade logo se pensa em cabelo, roupas, adornos, jóias e etc. Mas quando analisamos o verdadeiro sentido dessa palavra, entendemos que jamais em toda a Bíblia, se refere ao fato de alguém se embelezar.
A vaidade que Deus abomina é um assunto muito mais abrangente do que certas pessoas querem acreditar. A palavra vaidade passou por um complexo processo de desenvolvimento incluindo as fazes de algo vazio, daí para porções e inutilidade, de ludíbrio e de iniqüidade.
No Antigo Testamento a palavra vaidade aparece mais de cem vezes e foi traduzida de três palavras hebraicas, a saber: 1. Nadab que significa oco, vazio. 2. Hebel que significa inútil. 3. Shaw que significa ludíbrio ou falsidade. Das cem vezes que aparece a palavra vaidade, jamais, em toda a Bíblia significa se embelezar ou andar bem arrumado, com adornos e etc. Ainda que, segundo Salomão, tudo é vaidade, mas no sentido de que tudo passa.
Como vimos acima, ser vaidoso na Bíblia significa ser falso ou idólatra ou inútil e nunca ser cuidadoso com a beleza.
Todos os versículos, tanto do Novo quanto do Velho Testamento que se referem a vaidade, estão relacionados à idolatria, falsidade e coisas vãs que passavam na prova de Deus.
Seguir a vaidade significa seguir a falsidade. Os prazeres passageiros são denunciados na Bíblia como vaidade. A falsa religiosidade também significa vaidade, pois aparenta ser santo por fora, quando na verdade não o é por dentro.
É seguir coisas fúteis, enganosas, inúteis, como a idolatria, a auto-suficiência, o orgulho, a arrogância e tudo aquilo que tem brilho falso.
Quando Israel pediu um Rei, Deus disse a Samuel que o seu povo havia seguido a vaidade, isto é, a idolatria.
O legalismo religioso tem sido combatido pela Bíblia como algo relacionado a vaidade, principalmente no Novo Testamento, onde Jesus condena o farisaísmo, seita judaica que cumpria o protocolo religioso em detrimento da piedade. Encontramos pessoas preocupadas com o estereótipo esquecendo-se do perdão e do amor. Ensinando uma coisa e vivendo outra. Este comportamento se constitui um ato de hipocrisia, portanto vaidade. Menosprezar alguém ou pensar que é mais santo ou mais importante do que outrem é vaidade reprovada por Jesus.
Algumas pessoas tem escolhido o texto de Isaías 3:17 a 26 para provar que Deus condena o uso de perfumes, adornos, roupas caras e etc. Todavia o texto em questão trata de uma cidade representada por uma mulher que seria humilhada, e desta cidade seria tirado seus adornos, mas também sua roupa.
No Novo Testamento temos sete palavras gregas para a tradução vaidade que são: 1. Kenós, que signfica vazio, essa palavra aparece 18 vezes no Novo Testamento. 2. Kenophonia, som inútil, termo que aparece 2 vezes no N.T. 3. Mátaios, "inútil" aparece seis vezes 4. Mataiotes, "inutilidade" 3 vezes. 5. Maten, "em vão" duas vezes. 6. Eikê "à toa" cinco vezes. 7. Doreán "sem preço".
A vaidade, portanto é um termo genérico para coisas vazias. A própria vida se torna vaidade quando não se tem Jesus. Ser vaidoso é ser desprovido de humildade. Jesus classificou o orgulho dos líderes religiosos e a arrogância dos políticos de sua época como síndrome demoníaca de pura vaidade.
Geralmente a vaidade é associada ao adorno e o alvo principal dos acusadores de vaidade é a mulher. Mas para se compreender esse motivo é necessário observar dois aspectos: o cultural e o psicológico.
Em muitas culturas as mulheres são meramente consideradas objetos de possessão do marido. Daí que a ela é vedado liberdade de expressão corporal.
Nessas culturas as mulheres tem sido perseguidas com proibições no uso de alguns adornos e embelezamentos, enquanto os homens podem usar ternos caros e gravatas requintadas. O fato é que, para o machista não lhe é conceptível que a mulher esteja por cima, já que a mulher produzida ou que se expressa corporalmente ganha status, que a faz estar por cima do homem, por se tratar de atração e sedução, algo que chama a atenção, portanto superior. Psicologicamente reprovado para o machista.
Eu fico com a Bíblia e suas recomendações de que não devemos atar fardos pesados nos ombros dos crentes.
A Bíblia é o nosso manual de conduta, por isso devemos nos portar como filhos de Deus no meio de uma geração perversa. Devemos evitar os excessos e trajarmos decentemente. A Bíblia diz que tudo que é puro, tudo que é honesto, tudo que é justo, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor nisso pensai.
Quanto as recomendações bíblicas para a postura da mulher ou do homem no que diz respeito ao traje, devemos ter cuidado, pois existe um abismo cultural muito grande entre a Bíblia e a nossa realidade.
Paulo recomenda por algum motivo social da época que as mulheres não usem tranças, ouro, pérola ou vestidos caros. Cumprir esta recomendação hoje seria absurdo, pois teríamos que proibir o anel de casamento, de formatura, bem como as tranças tão usadas pelas irmãs e teríamos ainda que investigar quanto custou a roupa das irmãs. É como querer obrigar os crentes lavar os pés em dia de ceia e beijar a todos.
Existem mandamentos bíblicos que são eternos, e existem recomendações para a época, como pôr exemplo: Jesus recomendou aos discípulos para evangelizar de dois em dois, não carregar dinheiro no bolso, não cumprimentar as pessoas, não viajar com roupas ou sapatos na mala e etc. Cuidado para não confundir recomendações temporais com mandamentos permanentes. Isto é questão de hermenêutica que podemos discorrer em outra matéria.
Paulo faz recomendação para crentes romanos que jamais faria para judeus ou gregos. Quando fala de cabelo em Coríntias, se analisar ao pé da letra, teremos que afirmar que tanto Paulo quanto João Batista estariam desonrados, já que eles eram nazireus e não podiam cortar o cabelo e as mulheres até hoje teriam que orar de véu.
O apóstolo Pedro recomenda aos crentes a modéstia e ensina no cap. 3 e ver. 3 de sua epístola que no fato de alguém estar bonito ou feio não significa estar santificado, pois a beleza que Deus se agrada é a beleza de o caráter.
Alguns pregadores tem usado erroneamente a história da Rainha Jezabel como referencial para condenar a beleza das mulheres. Todavia não há embasamento bíblico para associar o cuidado da beleza com a prostituição, pois as mulheres honradas da Bíblia usavam adornos e perfumes, veja Cantares 1.10,11. 3.6 e 6.7. Vejam ainda Gênesis 24:47 quando Eliezer presenteia Rebeca com pendentes e pulseiras. O fato de Jezabel pintar os olhos denota a intenção de se parecer com as mulheres dos Reis de Judá, visto que elas tinham esses costumes. No afã de se aparecer com elas, usou Jezabel este artifício para seduzir o Rei Jeú, já que Jeú havia assumido o reinado com a morte de Acabe, sendo ele bem mais novo do que ela.
A artimanha maligna não deu certo, pois Jeú havia matado seu filho Jorão exatamente por ter tolerado a feitiçaria e o culto a Baal na instrumentalidade de Jezabel, portanto não faz sentido associar a prostituição com o cuidado feminino de se embelezar, até porque os valores de costumes sociais oscilam muito de um País para outro, bem como de uma época para outra.
A palavra vaidade passou a significar embelezamento, pelo fato de esconder nossas imperfeições. Um homem bem produzido, limpo, penteado, cabelo cortado, vestido de terno novo com sapatos engraxados é totalmente diferente do mesmo homem cabeludo despenteado vestido só de calção e chinelo. Neste sentido podemos afirmar que somos vaidosos. Lavamos nossos carros, engraxamos nossos sapatos. Olhamos para o espelho antes de sairmos de casa.
Os filósofos sínicos pensavam que o desprendimento das coisas materiais era uma virtude de alto padrão para o caráter de uma pessoa. Os cínicos (conhecidos como filósofos pobres) não se apegavam com as coisas materiais, portanto eram conhecidos como pessoas não vaidosas.
Um desses filósofos, chamado Diórgenes, um dia chegou para Platão que era um filósofo rico e disse: posso limpar meus pés pobres e sujos na sua vaidade, referindo-se a um lindo tapete vermelho que tinha na casa de Platão.
Platão respondeu dizendo: pode limpar a sua vaidade na minha vaidade.
Os Fariseus e Saduceus se preocupavam muito com a aparência exterior, mas Jesus durante todo seu ministério, nunca abordou este assunto por entender que era uma questão sociocultural, e supérflua para salvação.
Chegou a comparar o brilho dos vasos e os sepulcros pintados como o maior exemplo de vaidade na religiosidade judaica. Ele ensinou que a humildade e a decência são comportamentos que desmascaram a vaidade.
MENSAGEM MINISTRADA PELO PASTOR JESIEL PADILHA

sábado, 12 de junho de 2010

O Reino de Deus

A palavra Reino de Deus vem do grego Basileia e significa um governo teocrático.No Novo Testamento, no entanto se reporta ao tema central da teologia de Jesus nos sinópticos.
Os judeus esperavam um reino politico, mas Jesus disse que o seu reino era um reino de justiça, gozo e paz.
Eles esperavam um reino mais rico que o reino de Salomão, mas Jesus disse no sermão do monte que os pobres são fortes candidatos ao reino de Deus.
Eles esperavam um reino de guerra, Jesus ensinou a não revida. Eles esperavam um reino de grandeza, Jesus disse que o reino de Deus é dos pequenos, e quem quiser ser grande será pequeno no reino. Mt 5
Eles esperavam um reino sectarista, mas Jesus disse que muitos viriam de longe para assentar na mesa do reino de Deus e muitos que se intitulam detentores do reino seriam lançados fora do reino.
Eles esperavam um reino de aparência, Jesus não olha a aparência do homem e ensina que o reino é como o grão de mostarda,quase invisível, mas cresce sem a percepção de como cresceu. O próprio Jesus foi subindo como raiz de uma terra seca, não tinha parecer e nem formosura e olhando para ele, nenhuma beleza o víamos para que fosse desejado.
Os judeus esperavam um reino de orgulho humano, João Baptista preconiza em sua mensagem que o machado deste reino vem para cortar o orgulho que herdamos de Adão e sua arrogância que buscou ser igual a Deus pela não obediência.
Eles esperavam um reino litúrgico nos moldes tradicionais, Jesus ensinou um reino profético com poder de transformar o ser humano.
Eles esperavam um Rei montado num cavalo branco de guerra, ele veio montado num jumento e lamentou o desprezo que Jerusalem teve pelo o evangelho da paz que ele trouxe.
Eles esperavam um reino religioso, Jesus disse: nem todo que professa a religião entra no reino de Deus, mas aquele que obedece a minha vontade.
Com essa singela reflexão bíblica e teológica, pergunto eu:
Como a Igreja do tempo presente espera o reino de Deus?

quinta-feira, 3 de junho de 2010

APOLOGÉTICA x DIALÉTICA

CONFLITO ENTRE PRÁTICAS E TEORIAS HERÉTICAS

A história da Igreja está permeada de conflito entre práticas e teorias heréticas. A palavra heresia vem termo grego “airesis” que significa escolher facção ou seita e que o Apóstolo Pedro define como abandono da verdade religiosa.
A Igreja medieval no afã de combater heresias procurou manter sentinela para resguardar e preservar os princípios doutrinários que lhes era conveniente. Ela não mediu esforços para mobilizar tropa de choque com vistas a patrulhar e coibir possíveis tendências ideológicas que ameaçassem abalar sua estrutura. Santa inquisição` que deveria se chamar diabólica inquisição, noite de São Bartolomeu e ``caça as bruxas`` foram atitudes heréticas bem conhecidas praticadas pela Igreja. Ocorreu que, essas atitudes heréticas foram instituídas para inibir teorias heréticas.
Aqui estamos diante de um conflito, pois se de um lado a Igreja se preocupou em combater certas tendências, fazendo-as ao estilo sórdido daquela frase bem conhecida ``os fins justificam os meios``. Por outro lado as práticas heréticas não foram combatidas na mesma intensidade com que foram combatidas as teorias.
Em nome da ortodoxia tudo era válido: matar inocentes, torturar, usurpar do privilégio eclesiástico para aviltar os fracos e excluídos, explorar incautos em benefício próprio e usar o nome de Deus em vão para amedrontar adeptos mantendo-os reféns de supertições esdrúxulas para fortalecer o sistema paroquial.
Satanizar situações para tirar proveitos escusos e amedrontar congregados com pretextos infundados, fazia parte do mais forte aparato da Igreja. Inclusive a forma com que a Igreja formulou a doutrina do inferno, i.e., um caldeirão de fogo e enxofre, se tornou um ``negócio da China``. Bastava pagar e o cristão ficava livre do caldeirão.
A ética do cuidado, respeito para com o próximo e as questões sociais não eram importantes, importante era preservar a ``ortodoxia`` a qualquer custo.
As instruções mais sagradas ensinadas por Jesus sobre a ética e a dívida impagável que temos para com o próximo eram negligenciadas em nome
da preservação do credo. E todo esse zelo era mantido por meio de sanções ``anti-heréticas``.
Para uma reflexão a esse respeito, principalmente no âmbito evangélico hodierno, é preciso não ignorar os erros cometidos no passado por aqueles que se diziam detentores da verdade. Esse preâmbulo histórico pode com muita propriedade nos fazer convergir para uma nova atitude diante dos problemas que afligem a Igreja, além de nos alertar para o perigo de combater ``tendências heréticas`` com atitudes heréticas.
Quando deixamos de fazer o bem com pretexto de preservar a ortodoxia, caímos no mesmo pecado do Sacerdote e do Rabino que ao se depararem com o necessitado no caminho para Jericó passaram de largo. Mas o Samaritano que era considerado herege deu a maior demonstração de piedade e temor do Senhor. Quando falamos em nome de Deus para reforçar nossos sistemas ou para garantir nossos interesses e satisfazer nossas manias e crendices, estamos categoricamente usando o nome de Deus em vão, não observando o Art. III do código mosaico.
Quando usamos textos isolados para defender protocolos litúrgicos ou doutrinas pré-concebidas sem o verdadeiro respaldo bíblico, combatemos ``heresias`` com desonestidade, cometendo heresia.
Quando tentamos manipular as pessoas ao nosso bel-prazer ou sobrecarregar alguém com pretexto de que devemos carregar nossa cruz, estamos praticando injustiça.
Quando ameaçamos adeptos ou congregados, quando fazemos acepção de pessoas, ou alijamos pessoas do nosso convívio estamos praticando o sectarismo, atitude herética mais combatida por Jesus.
Quando nossas práticas não passam nem por perto daquilo que pregamos ou ensinamos, somos hipócritas, portanto heréticos. Quando temos tudo e jamais nos preocupamos com os que nada têm, somos egocêntricos, anti-sociais, individualistas e neoliberais no sentido mais pejorativo da palavra.
Quando usamos dois pesos e duas medidas, sacramentando alguns e aliviando outros, estamos praticando injustiça.
Quando priorizamos as questões periféricas em detrimento das essências tornamo-nos pequenos, mesquinhos e covardes por não encararmos os grandes desafios que Deus nos confiou. Ao refletirmos sobre tudo isso chegamos a conclusão que o termo heresia é muito mais complexo e muito mais abrangente do que aquele esposado em inúmeros livros pertinente ao assunto. Concluímos ainda que, não podemos combater tendências pecaminosas por meio de práticas pecaminosas.
Jesus disse: aquele que me ama guardará meus mandamentos e meu Pai o amará e viremos para ele e faremos nele morada. Esses mandamentos estão em duas esferas: a vertical, i.e., os deveres para com Deus e a esfera horizontal, que são os deveres para com o próximo. A omissão ou a não observância de qualquer uma dessas esferas nos condenará para a mesma fogueira, da qual muitos hereges foram queimados.

Pastor Jesiel Padilha de Siqueira

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Dez Mandamentos

De forma sutil e maquiavélica a mídia, a cultura pós-moderna e até as religiões tentam incutir na mente dos que não raciocinam essa voga que vai contra todos os princípios do caráter cristão. A sórdida e nefasta mensagem subliminar que já contaminou milhares de pessoas, inclusive seguidores da teologia da prosperidade.

INVERSÃO DIABÓLICA DO SERMÃO DO MONTE PARA O SECULO XXI

I. Bem-aventurados os ricos e orgulhosos, porque deles é o reino de Deus;
II. Bem-aventurados os consumistas que estão sempre por cima e os que riem, porque serão consolados;
III. Bem-aventurados os arrogantes, implacáveis e inflexíveis, porque herdarão a terra;
IV. Bem-aventurados os insensíveis as questões sociais, porque serão fartos;
V. Bem-aventurados os calculistas que valorizam o ter em detrimento do ser, porque alcançarão misericórdia;
VI. Bem-aventurados os impuros, porque verão a Deus;
VII. Bem-aventurados os contenciosos e vingativos, porque serão chamados filhos de Deus;
VIII. Bem-aventurados os que perseguem inimigos, porque deles é o reino de Deus;
IX. Bem-aventurados os que mentem e caluniam e revidam, porque grande será o galardão;
X. Se a vossa injustiça não exceder a dos apóstatas e falsos profetas não entrareis no reino de Deus.